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Home Brasil

Bolsonaro entre o 6 de Janeiro de Donald Trump e o 18 de Brumário de Luís Bonaparte

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
04/09/2021 - 07:54
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Por Melillo Dinis – Há tempos e tempos. Diante de um Brasil que não se entende mais, com muita gente louca para que o mar pegue fogo com o objetivo de comer o peixe frito, em poucos dias teremos o 7 de Setembro de Jair Bolsonaro. Pelo que se teme e se ameaça, em diversos círculos e bolhas, haverá choro e ranger de dentes por todos os lados e em todos os cantos. Diante da cenografia, proponho uma leitura do futuro para o passado. O tempo não para nem para à frente.

O tempo não para, Cazuza

“Eu vejo o futuro repetir o passado

Eu vejo um museu de grandes novidades

O tempo não para

Não para não, não, não, não, não para”

1 – O 7 de Setembro

O 7 de Setembro vai acontecer. A lógica inexata do método Jair Bolsonaro, com um zigue-zague constante, varia pendular e constantemente em torno de um duplo polo: (i) da reeleição em 2022 para (ii) o autogolpe em torno de uma série de ataques à democracia (e vice-versa), conduzindo uma batalha contra todos aqueles que não aderiram ao seu universo fantástico e fantasioso. Se isto causará ainda mais perturbação na ordem, na economia e/ou na política, vai se ver depois.

Neste caldeirão de antipolítica, a data de 7 de setembro se transformou em algo cabalístico. No feriado pela Independência, dia de comemorações cívicas, militares e estudantis, abrandadas pela pandemia e pelos cuidados sanitários, Bolsonaro resolveu, com apoio de diversos setores sociais organizados e seus adeptos, colocar o choque nas ruas. Se ele irá transformar festa em tragédia, se haverá incidentes e se aumentará os desafios de nossa democracia são questões imprevisíveis. Até aqui, apesar das tensões, está tudo bem!

2 – O 6 de janeiro

Há precedentes. E Bolsonaro espelha-se em seu amigo imaginário, Donald Trump. A pequena insurreição no Capitólio, em Washington (DC), no dia 6 de janeiro, teve, de um lado, o grupo de adoradores de um mito que, tão incompetente quanto audaz, elevou à enésima potência o seu narcisismo irresponsável na reta final de seu mandado à frente da nação mais poderosa da face da terra. E deu no que deu. Na minha história, os fatos foram acompanhados por imbecis que povoam qualquer país em qualquer tempo.

Não teve êxito o menino Trump. Deu errado em decorrência da força das instituições do país ao norte. E por conta da forma desastrada de fazer política que escolheu a liderança trumpista. O fato é que erros em outras plagas e em outros tempos não afastam a alta aposta de muitos apoiadores de Bolsonaro, que sempre quis um 6 de janeiro para chamar de seu. E não falta gente que crê neste caminho insurrecional.

3 – O 18 de Brumário

Para quem gosta de história, a data de 18 de Brumário é relevante pois trouxe à baila a experiência de Luís Bonaparte na França do século XIX. Para quem gosta da teoria política, como eu, ganhou uma reflexão importante graças ao pensamento de Karl Marx (MARX, Karl. O 18 Brumário e cartas a Kugelman. 7a. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002).

A França, entre 1848 e 1851, teve acontecimentos que levaram ao autogolpe de estado em que Napoleão III se nomeou imperador, à semelhança de seu tio Napoleão I. Brumário é a data que corresponde ao calendário estabelecido pela Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano no calendário republicano francês.

Em síntese, o golpe de estado de Luís Bonaparte, dado em 1851, é descrito por Marx como condicionado pelo desenvolvimento das forças e as tensões das relações de produção. Marx não só retrata os acontecimentos como resultado de processos derivados da economia, mas também como acontecimentos ligados a imagens do passado, presos a tradições que persistem apesar da transformação contínua das condições materiais de vida. A análise de Marx, dos eventos de 1848 a 51, mostra o papel central das formas simbólicas que incluem a tradição, o que levou o povo de volta ao passado e impediu que eles agissem para transformar a ordem. Luís tomou o poder amparado por uma nova composição de forças baseada no “lumpemproletariado” da cidade e nas massas inorgânicas do campo fragmentado em pequenos lotes, num arranjo socialmente desestruturado a que o ditador conferiu um sentido conservador. Nada havia de absurdo do ponto de vista do sentido histórico, e ele não pode ser explicado simplesmente como a vitória do retrocesso contra o progresso, como queriam os derrotados. Ele foi o resultado da comédia ideológica de então.

O fato é que o autogolpe deu certo, com apoio de vários grupos da sociedade francesa, o golpe e Luís Bonaparte proclamou-se Napoleão III.

4 – O que vai acontecer após o 7 de setembro?

Teremos um 6 de janeiro ou um 18 de Brumário? Muita gente aposta em mentiras insensatas e impossíveis. As teorias conspiratórias explicam mais os teóricos que as conspirações! E, como se pode avaliar, existem em diversos níveis, pensamentos, famílias e ideologias. Lá na América do Norte e, também, por aqui. Na velha França e em outros países. A qualquer tempo, que não para.

No mundo da política nem sempre há condutas éticas. Com muita frequência a dissimulação e a mesquinhez estão associadas ao modo de funcionamento da política, num jogo de aparências em que as sombras são tão claras como o sol. O quadro, contudo, piora diante de uma realidade que se firmou nas últimas décadas. No caldo espetacular da política o narcisismo irresponsável cresceu como fenômeno. Políticos são, quase todos, narcisistas. Excesso de autoestima, orgulho autorreferente e um olhar extremamente otimista consigo próprio vêm com o cargo, seja ele resultado das urnas ou não. Há vários exemplos na história. Também no presente. Por aqui, sob a linha do Equador, sobram. Enfim, o poder infantiliza mesmo os mais preparados. Somente se torna um problema, contudo, quando ultrapassa o universo individual e afeta o interesse público de forma irresponsável.

No caso brasileiro, desde o início do presidencialismo de colisão sob Jair Bolsonaro, o espetáculo da política trouxe à ribalta um personagem que esteve limitado, por muitos e muitos anos, ao fundão da Câmara dos Deputados. Na sua pouca ou nenhuma importância na política brasileira, era quase um desconhecido, exceto em nichos bem próprios que adoravam exaltar o período da ditadura cívico-militar brasileira! Com o passar do tempo, ele desejou, se colocou e foi alçado por seus adeptos mais obtusos à categoria de um pequeno mito político. Como um destaque cinza em um desfile militar que neste setembro não vai acontecer por prudência sanitária e cálculo político das Forças, Jair adornou-se de um narcisismo extremo e suas bolsonaradas, estas bravatas de boteco, que comprovam a sua fraqueza mais fortes: a empulhação. Este fenômeno psicopolítico é parte da desordem que temos testemunhado na política brasileira.

As apostas mais fortes é que as manifestações e protestos deste setembro sejam um pedaço da mesma crise: nem tão fortes que mudem o quadro político brasileiro, nem tão pequenas que frustrem os planos de insistência dos adeptos da famiglia Bolsonaro. É possível um ou outro arroubo, mas o provável é que nos mantenhamos nesta gangorra permanente que aprofunda a nossa desagregação, enquanto caminhamos em um país sem rumo.

Na nossa análise, ao menos por enquanto, nem virá um 6 de janeiro, nem um 18 de Brumário. Teremos apenas mais uma patética representação dos desejos de poucos, ante o olhar perplexo de muitos, de um 7 de setembro na forma de um anticlímax que vai nos deixar na mesma: paralisados em torno de nós mesmos e de nossas contradições. Uma brochada típica de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro ainda vai criar muitos estragos à democracia e ao país. Seu duplo comportamento (neurótico-psicótico) já ultrapassou o individual e afeta o interesse público. Diante do quadro da pandemia, das desigualdades brasileiras, das violações de direitos, de nossa destruição ambiental, da crise econômica, da fome crescente, de um governo pífio, de tantas outras e graves questões, o chefe do Poder Executivo dança sobre as mortes com o despreparo dos alienados. Jair é muito perigoso! Até quando? Até quando? Até quando?

Melillo Dinis – Analista do Inteligência Política

Tags: 7 de SetembroArtigo
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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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