Por Publico – O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, prepara as substituições do ministro da Justiça, depois da demissão de Sergio Moro, na sexta-feira, e do chefe da Polícia Federal, depois da exoneração de Maurício Valeixo. Tudo indica que os cargos vão ser ocupados por homens muito próximos de dois dos filhos do Presidente.
Para a Justiça e Segurança Pública o nome que parece certo é o de Jorge Oliveira, um advogado de 44 anos que estava à frente da Secretaria-Geral da Presidência.
“Juntos pelo PR @jair Bolsonaro por um Brasil melhor”, escreveu Jorge Oliveira no Twitter numa reacção à notícia de que pode ser convidado para assumir a pasta da Justiça. “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” é como conclui a publicação.
Oliveira está há muito ligado ao clã Bolsonaro e foi chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro na Câmara de Deputados, antes de passar para os serviços da presidência.
Segundo o Correio Braziliense, que também indica Oliveira como o nome “mais cotado”, há outros três nomes em discussão: Ivan Sartori, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo; Carlos Eduardo Thompson Flores, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região; e André Mendonça, actual advogado-geral da União.
“A ideia – prossegue este jornal – é de que o novo titular da pasta seja ‘feito em casa’, alinhado com os pensamentos políticos e ideológicos do presidente e dos filhos.” Em cima da mesa está ainda a divisão do ministério em dois, um para a Justiça e outro para a Segurança Pública.
O nome do novo ministro da Justiça, dizem a revista Veja e outros órgão de informação brasileiros, deve ser anunciado segunda-feira.
Alexandre Ramagem é o nome que está a ser considerado para a Polícia Federal. A exoneração de Valeixo, decidida por Jair Bolsonaro, motivou a demissão de Sergio Moro, que acusou o Presidente de pretender interferir na actuação desta força – o que Bolsonaro negou.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito a esta denuncia. O juiz Celso de Mello deve tomar uma decisão sobre este pedido de inquérito na segunda-feira. E, diz o Correrio Braziliense, perante a polémica Jorge Oliveira defendeu uma nomeação “técnica” para a Justiça.
Ramagem é o director da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). É amigo de Carlos Bolsonaro, que é vereador na Câmara do Rio de Janeiro e está a ser investigado por propagação de fake news e ataques virais.