Da Redação do Blog — O Exército brasileiro já começa a planejar como irá lidar com a possível prisão de militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado, caso sejam condenados. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja eventual detenção pode causar forte mobilização de apoiadores em frente a quartéis, informa a coluna de Mônica Gugliano, no Estadão.
A condenação ainda está no campo das hipóteses, mas os militares querem estar preparados. Segundo fontes da caserna, a ideia é definir com antecedência onde esses presos ficariam detidos, evitando desgastes e tumultos.
O maior impasse gira em torno de Bolsonaro. Como ex-comandante-em-chefe das Forças Armadas, ele pode ter direito a uma prisão especial em uma unidade militar, semelhante à de Braga Netto, que hoje ocupa um quarto exclusivo no Rio de Janeiro, com frigobar, TV, ar-condicionado e banheiro privativo. Outra alternativa seria um espaço no Comando Militar do Planalto, em Brasília.
Porém, a presença do ex-presidente dentro de um quartel poderia causar problemas. O risco de aglomerações e acampamentos de apoiadores preocupa os militares, que não querem repetir cenas da eleição de 2022. Isso pode forçar a busca por outra solução, como uma cela especial na Polícia Federal, modelo usado por Lula e Michel Temer.
Enquanto o julgamento não avança, o Exército segue se antecipando para evitar surpresas.