Por Ricardo Antunes — O artista plástico e intelectual Emanoel Araújo, um dos gigantes das artes de raiz afro-brasileira no país, morreu nesta quarta-feira (7/9) em sua casa em São Paulo, aos 81 anos. O velório aconteceu durante o dia no pavilhão do Museu Afro Brasil, que vai receber oficialmente o nome de Araújo, que foi curador-chefe da instituição de sua fundação, em 2004, até sua morte. Segundo o secretário estadual da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o governador Rodrigo Garcia vai decretar luto oficial no Estado pela morte.
Desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor e curador, Emanoel Alves de Araújo nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em 15 de novembro de 1940. Realizou sua primeira exposição individual em 1959 e, na década seguinte, seguiu para Salvador, onde ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde estudou gravura com Henrique Oswald (1918-1965).
Em 1972, recebeu a medalha de ouro na 3.ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, e, no ano seguinte, o prêmio de melhor gravador. Entre 1981 e 1983, instalou e dirigiu o Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador, além de expor individualmente no Museu de Arte de São Paulo, o Masp. De 1992 a 2002, exerceu o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde foi responsável pela revitalização da instituição. E, em 2004, tornou-se curador e diretor do Museu Afro-Brasil, aberto naquele ano, em São Paulo, com obras de sua coleção.
No livro Emanoel Araújo – Escultor (2011), o crítico Paulo Herkenhoff observa a múltipla vocação de Araújo, lembrando que foi com um volume de Dom Quixote, ilustrado por Daumier, que o artista iniciou ao mesmo tempo uma carreira de artista, bibliófilo e colecionador. Herkenhoff mostra que sua prática artística de cinco décadas está intimamente ligada ao impacto que a arte de Daumier exerceu sobre o garoto baiano de ascendência nagô, que viria a se tornar, além de escultor, um gravador construtivista e um Quixote na constituição de museus – primeiro, ao comandar a reforma da Pinacoteca do Estado, transformando-a numa instituição internacionalmente reconhecida e, depois, inaugurando o primeiro museu brasileiro dedicado à arte de origem africana.
IMBROCHÁVEL…
As pesquisas no Google por “imbrochável” tiveram uma alta a partir da manhã desta quarta-feira (7), após Jair Bolsonaro puxar um coro com essa palavra durante discurso de 7 de Setembro, frente a uma multidão de seus apoiadores em Brasília.

EM ALTA
Segundo O Globo, com base em dados do Google Trends, houve um aumento de 120% a partir do momento do coro, cerca de 11h30, até o início desta tarde. Para a campanha do presidente, apostar na bricadeira com ‘imbrochável’ foi melhor para engajar o público, que ataques ao STF.
ABUSO DE PODER
As executivas nacionais de PT, PV, Rede e União Brasil vão ingressar com ações no TSE por abuso de poder político e econômico contra Jair Bolsonaro após o presidente da República ter utilizado os atos de 7 de Setembro como palanques eleitorais.
BANDEIRAS
Esses partidos questionam aspectos como o uso da TV Brasil na propagação de discursos de campanha e o desvirtuamento do caráter cívico dos desfiles de 7 de Setembro ao promover bandeiras ou ações do atual governo. Em Brasília, por exemplo, houve desfile de tratores, de escolas militares recém instituídas e de defensores do projeto de educação domiciliar – homeschooling.
REJEIÇÃO
O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) criticou o presidente Jair Bolsonaro por usar o tradicional desfile cívico-militar de 7 de Setembro e a manifestação no Rio de Janeiro pelos 200 anos da Independência do Brasil para fazer campanha eleitoral.

DESCEU A LENHA
Em campanha pelas cidades históricas de Minas Gerais, Ciro disse que um “presidente imbecil e criminoso” transformou um ato cívico em um comício com milhões de recursos públicos envolvidos.
ELOGIO
Os Estados Unidos vão monitorar com grande interesse as eleições no Brasil, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Os EUA confiam na força das instituições democráticas brasileiras, o Brasil tem um histórico de eleições livres e justas, conduzidas com transparência e altos níveis de participação dos eleitores”, disse ela.
EM SEGUNDO PLANO
O Ministério das Minas e Energia descartou a volta do horário de verão em 2022. Segundo o jornal, a pasta avalia que não há tempo para um estudo abrangente que calcule a economia gerada pela medida.

POR 34 ANOS
O horário de verão vigorou no Brasil desde 1985 até ser abolido por um decreto de Jair Bolsonaro em 2019, o primeiro ano de seu governo.
TURNÊ
Chico Buarque estreou ontem a turnê “Que tal um samba?”, em João Pessoa e deve chegar nos palcos do Recife apenas em dezembro.
HOMENAGEM
O show tem uma homenagem a Tom Jobim na cenografia de Daniela Thomas. Uma foto do maestro regendo a floresta, feita pela viúva Ana Jobim, é projetada durante a canção Sabiá, parceria de Tom e Chico.
FOTO DO DIA:
