Por Luisa Belchior, G1 – Os brasileiros que tentam deixar a Faixa de Gaza chegaram neste sábado (14) à fronteira entre o território e o Egito, segundo disse ao g1 uma das integrantes do grupo.
Eles agora esperam uma complicada negociação que envolve os governos de Israel, do Egito, dos Estados Unidos e do Brasil para que tenham autorização de cruzar a fronteira.
O grupo, que estava em um abrigo no norte da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o sul de Israel, embarcou nesta manhã em uma viagem com um ônibus fretado pela Embaixada do Brasil na Palestina. Os brasileiros foram primeiro levados até a cidade de Khan Younes, por meio de uma rota considerada segura – a Embaixada recebeu informações que não haveria bombardeios nessa estrada.
Em Khan Younes, os brasileiros foram levados ao prédio no qual vive uma família brasileira. Eles ficarão lá, segundo a Embaixada, enquanto esperam para cruzar a fronteira e embarcar, já no Egito, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que os levará ao Brasil.

Um dos desafios para cumprir essa trajeto é que o grupo pode ter agora uma janela de poucas horas para conseguir cruzar a fronteira.
Isso porque, segundo disseram integrantes das negociações entre Egito, Israel e Estados Unidos à agência de notícias Associated Press e à rede de TV Al-Jazeera, as partes chegaram a um acordo para abrir a fronteira entre o sul de Gaza e o Egito – que está fechada desde o início da guerra entre Hamas e Israel.
A rede CNN Internacional afirmou que fontes do Ministério da Defesa de Israel autorizaram a passagem entre Gaza e Rafah, no Egito, mas não especificaram quando a fronteira seria aberta.
Apenas cidadãos estrangeiros poderão passar por esse corredor, segundo o acordo.

O trajeto entre o abrigo de onde o grupo saiu, no norte de Gaza é de apenas 25 quilômetros – em tempos normais, duraria cerca de 30 minutos. Mas a previsão era de que a viagem poderia durar até duas horas caso houvesse bombardeios.
Nesta madrugada, um ataque com mísseis atingiu um comboio de civis que fazia o mesmo trajeto, do norte ao sul, e deixou 70 pessoas mortas, entre bebês e mulheres.
Para garantir a segurança, a Embaixada esperou a garantia, por Tel Aviv, de que não haveria bombardeios na rota. O embaixador Alessandro Candeas afirmou também que a Embaixada informou a placa e o modelo do ônibus a autoridades de Israel e ao Hamas, que governa e controla a Faixa de Gaza.









