Por Ricardo Antunes — O indigenista Bruno Pereira, assassinado de forma cruel e covarde junto com o jornalista inglês Dom Phillips, foi concluinte do Contato, colégio que marcou época no Recife. Frequentado por jovens de classe média, o colégio tinha dois endereços. Um em Boa Viagem e outro na Boa Vista. Era um garoto extrovertido e alegre, nos contou uma colega de sua turma que também entrou com ele em 1994.
O blog conseguiu a carteira do colégio. Na parte de cima, logo após a logomarca do Contato estava escrito: “Geração Futuro 1998”, que seria justamente o ano em que todos se formariam para prestar o vestibular que daria acesso à universidade.
Nessa época ele tinha 18 anos e pouco depois passou em jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas abandonou o curso em 2003. Depois, trabalhou por um período no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Recife, e no programa ambiental da Usina Hidrelétrica de Balbina, na Amazônia, até ser aprovado no concurso da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília.
Em 2018, o pernambucano assumiu o cargo de coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai, quando chefiou a maior expedição para contato com índios isolados. No ano seguinte, ele liderou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos.
Entretanto, após pressão de setores ruralistas ligados ao Governo Federal, foi exonerado do cargo em outubro daquele ano pelo então secretário executivo de Sergio Moro no Ministério da Justiça, Luiz Pontel.
COLÉGIO
Fundado em 1977, o Contato Colégio e Curso ficava na esquina da Rua Dom Bosco com a Agamenon Magalhães. Com ensino reconhecido pelo alto nível do seu quadro de professores, ele reinou como o colégio preferido pelos jovens estudantes das classes A e B por 10 anos. Mas a partir dos anos 2000, a escola entrou em declínio, até fechar as portas no final da década.

VERSÃO
Ouvido novamente pela Polícia Federal, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, que está preso sob suspeita de ter assassinado o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mudou a versão de seu depoimento e assumiu ter disparado tiros contra as vítimas.
CPI
A proposta de uma CPI para investigar o Conselho Administração da Petrobras, sugerida hoje por Jair Bolsonaro, não passa de um teatro político, para dar uma satisfação aos apoiadores do Governo em ano eleitoral. Mas a ideia acabou animando a oposição, que critica a política de preços da estatal.
CAUTELA
Por isso, os deputados do Centrão trabalham para ter o controle da investigação. Eles querem evitar “surpresas”, já que, nas palavras de um líder governista, “sabe-se como uma CPI começa, mas não como ela termina”.
PRECAUÇÃO
O PT quer evitar desgastes com Márcio França. A direção da sigla determinou que não sejam feitos ataques nem críticas ao pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo.

DESCORTESIA
A assessoria de imprensa de Marília Arraes enviou convite para uma coletiva de imprensa em Serra Talhada e pediu “confirmação”. Detalhe: O município fica a mais de 400km do Recife.
FALHA
Ao contrário disso, até por gentileza, deveria, ter levado um grupo de jornalistas para o evento do anúncio oficial de que o vice na chapa será mesmo, Sebastião Oliveira. Seria até difícil lotar a van, mas era um gesto de profissionalismo e gentileza.
TAMBÉM ERROU
Obviamente, isso também poderia ter sido iniciativa da assessoria do pré-candidato ao Senado. Cabia também ao deputado federal Sebastião Oliveira, já que a festa será na sua “casa”. Além disso marca o fechamento da primeira chapa completa da sucessão de 2022.
CRISE
Pelo visto, os três parlamentares federais estão em “crise financeira” (sic). O pior trabalho de assessoria de imprensa das campanhas, no entanto, é da turma do candidato Miguel Coelho. Continuam arrogantes e com o nariz empinado. Miguel, coitado, não sabe de nada. Ou finge não saber. Vai ficar em último lugar no quesito voto e também ganha o troféu de pior candidato nas relações com a imprensa.
COMO SE FAZ
No tempo que fiz assessoria, candidato falava com a imprensa pelo menos duas vezes por semana. Na Facto, tínhamos uma tabela com a lista dos 10 jornalistas mais influentes e toda semana alguém recebia uma ligação.
O MÍNIMO
Isso ajuda o profissional a conhecer melhor o candidato e as suas ideias. Os assessores de hoje, não orientam os candidatos a ligarem para um João Alberto, por exemplo, ou um Fernando Castilho. Todo dia, no entanto, tem release de que recebeu apoio do prefeito tal e da liderança tal.
FOTO DO DIA:
