Por Ricardo Novelino – Depois de uma cheia destruir a Mata Sul pernambucana, em 2010, os moradores da região receberam a garantia de que aquela drama não se repetiria mais nunca. A solução estava na construção de cinco barragens de contenção para evitar a subida de nível de rios. Desde então, nas gestões do PSB, apenas uma delas deixou de ser discurso e virou realidade: a de Serro Azul, em Palmares.
A cada chuva e nova tragédia, as promessas foram renovadas, mas nada de as estruturas serem erguidas. Na base daquela ideia de “perguntar não ofende”, seria importante a população saber: o que foi feito com as barragens de Gatos, Panelas II, Igarapeba e Barra de Guabiraba? Elas vão ser construídas ainda? Tem algo sendo feito no momento?
Desde 2010, passaram pela cadeira de governador Eduardo Campos (PSB), João Lyra (PSB, pai de Raquel, e Paulo Câmara (sem partido). Tudo bem que Raquel Lyra só tem seis meses de administração estadual. Ela pegou o famoso “ bonde andando quando o assunto são as barragens prometidas pelas gestões do PSB. Mesmo, o governo poderia ser claro com os moradores da Mata Sul e dizer o que vai acontecer nos próximos invernos.
Após o temporal deste fim de semana, o governo estadual fez sinal para a União e ministros de Lula (PT) chegaram a Pernambuco. Com 15 cidades em situação de emergência, parcerias são fundamentais. Vale lembrar que Jair Bolsonaro, então na presidência da República, esteve por aqui, no ano passado, após uma chuva forte esse isolou das demais autoridades locais.

A governadora sobrevoou áreas atingidas e, na companhia dos ministros, apresentou ações que estão sendo feitas. O valor do socorro para as cidades dobrou, equipes passaram a cuidar das áreas de saúde e infraestrutura de estradas.
Cestas básicas foram compradas e estão sendo distribuídas e os prefeitos foram informados que os decretos de emergência vão durar seis meses e não 60 dias, como era previsto. Tudo feito como manda o protocolo, até então. Mas como fica daqui para frente. E quando essa nova tragédia “ cair no esquecimento”, diante de outras que possam acontecer?
Há exatos 360 dias, quando outra chuva forte castigou a região, a gestão de Paulo Câmara, em seu último ano, informava que poderia retomar as obras de Panelas II e Gatos. Uma estava com metade em andamento e a outra, com 20%. O estado, no entanto, disse, na época, que não tinha a perspectiva de realizar os serviços nas demais.
Ficam as perguntas: afinal, qual a posição do atual governo? Vai ter ou não barragem na Mata Sul? Quanto foi desperdiçado nessas tentativas de obras? Tem como salvar alguma coisa? Pernambuco agradece.