Por Folha de São Paulo – A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, neste sábado (20), um projeto de lei que pode proibir o TikTok no país se a ByteDance, empresa chinesa que controla o aplicativo, não passar o comando da companhia a um proprietário americano em até um ano.
A medida foi incluída em um pacote mais amplo que prevê US$ 95 bilhões em ajuda a Taiwan, Israel e Ucrânia, aliados importantes dos EUA, e ainda precisa passar pelo Senado para virar lei. Na semana passada, o presidente Joe Biden sinalizou que vai assinar a legislação caso ela avance entre os senadores.
Foram 360 deputados favoráveis contra 58, demonstrando uma coalização bipartidária para pressionar uma mudança na presidência do aplicativo chinês.
A justificativa é que a relação da China com a ByteDance pode trazer riscos à segurança nacional, uma vez que a companhia é obrigada a compartilhar dados com o governo chinês. O TikTok tem cerca de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.

“Este projeto de lei protege os americanos, e especialmente as crianças americanas, da influência maligna da propaganda chinesa no aplicativo TikTok. Este aplicativo é um balão espião nos telefones dos americanos”, disse o autor do projeto, Michael McCaul, ligado ao Partido Republicano.
A ByteDance, porém, afirma que nunca compartilhou informações sigilosas do país, tampouco o fará no futuro.
Neste sábado, um porta-voz da TikTok ainda lamentou a inclusão da emenda no pacote de ajuda aos aliados externos dos EUA.
“É lamentável que a Câmara dos Representantes se escude em uma importante ajuda externa e humanitária para aprovar mais uma vez um projeto de lei de proibição”, declarou, acrescentando que uma proibição “pisotearia os direitos de liberdade de expressão de 170 milhões de americanos, devastaria 7 milhões de negócios e fecharia uma plataforma que contribui com US$ 24 bilhões [R$ 125 bilhões] anuais para a economia dos Estados Unidos”.









