Da Exame – Depois de 512 dias à frente do ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou sua demissão do cargo nesta sexta-feira, 24. Em pronunciamento de cerca de 40 minutos, ele fez um balanço de seu trabalho à frente da pasta e relembrou que, quando aceitou assumir o ministério, o presidente garantiu que ele teria carta-branca. O estopim para a decisão de sua saída foi a confirmação da demissão do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. “Avisei que seria uma interferência política e Bolsonaro disse que era mesmo”. Em sua fala, Moro revelou que diversas vezes Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.
O presidente Jair Bolsonaro citou uma investigação contra deputados aliados ao pedir a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, em mensagem, por WhatsApp, ao ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. As imagens do diálogo foram exibidas em reportagem do Jornal Nacional, nesta sexta-feira, 24.
Após pronunciamento de Bolsonaro, Moro enviou prints de conversas com o presidente Bolsonaro e também com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), ao Jornal Nacional.
Segundo as mensagens, Carla Zambelli pedia que ele aceitasse a mudança na Polícia Federal em troca da nomeação dele no STF. “Me comprometo a fazer Bolsonaro aceitar a ideia”.
Moro respondeu” prezada, não estrou à venda. O ex-juiz foi padrinho de casamento da deputada.