Da Redação do Blog – Moradores e comerciantes de Caruaru estão indignados e cobram da prefeitura ao menos uma explicação: Como é que a “Capital do Forró” passou, pela primeira vez em muitos anos, uma noite de Santo Antônio e Dia dos Namorados sem nenhuma atração e sem nenhum show no Pátio de Eventos? Porque o prefeito Rodrigo Pinheiro foi para Campina Grande (PB) curtir Calcinha Preta, Limão com Mel e mais duas atrações e deixou essa lacuna no seu São João “terceirizado”.
Enquanto o gestor estava no evento realizado pela maior rival no quesito festa junina, a cidade que administra ficou com “cara de velório” e ruas e lojas vazias. Claro que não existe irregularidades em ele ir retribuir a visita do prefeito Bruno Cunha Lima à cidade mas jamais poderia ter deixado o Pátio do Forró sem nada numa data que é festiva e fomenta dinheiro para quem vive do comércio de comércio e bebidas.
Vídeos enviados por um colaborador do blog mostram como Caruaru ficou sem vida em uma das principais noites do ciclo junino. Para piorar, os vendedores, que pagaram caro para montar as barracas, não tiveram movimento algum. E vão colocar nas planilhas um prejuízo que poderia ser, na verdade, de grande lucro.
Veja o vídeo abaixo:
Para quem entende do assunto, é preciso cobrar transparência ao prefeito. Este ano, Caruaru está no meio da polêmica da “farra” dos camarotes, denunciada com exclusividade pelo blog. Os empresários Augusto Acioli e Felipe Carreras, da Festa Cheia, pegaram uma área para fazer um espaço VIP, sem licitação, pagaram uma mixaria e vão faturar R$ 30 milhões em 19 dias.
Aos 59 anos, Rivaldo Soares se diz um morador apaixonado de Caruaru e observador da administração pública. Revoltado com a noite de Santo Antônio que mais parecia um velório, ele disse que isso nunca tinha acontecido.
“Eles podem dizer que não teve festa porque era segunda-feira. Mas, em 2017, teve atrações no Pátio de Eventos, como Cirano e Cirino e Flávio José, mesmo sendo segunda. Acho que isso é que dar ter São João terceirizado. Os ricos foram para os restaurantes na noite dos namorados, mas os casais pobres ficaram sem forró gratuito e tiveram que ver TV em casa”, declarou.

Diante disso, ele ouviu comerciantes que foram prejudicados pela falta de shows em uma data importante. “Temos três noite simbólicas aqui no Nordeste. Santo Antônio, São João e São Pedro. São as três fogueiras principais. E Caruaru ficou sem nada em uma delas”, observou.
Rivaldo acredita que é necessário recorrer ao Ministério Público. “Acho que cabe uma ação civil pública nesse caso. Inclusive com danos coletivos”, acrescentou.
Um comerciante, Paulo Cunha, aponta algumas outras questões que a prefeitura precisa esclarecer: “O quanto a cidade deixou de faturar? E as pessoas que pagaram para negociar no período? As perdas causadas ? E outra submeter os eventos culturais a uma espécie de privatização?”.
Lamentável.