Por Ricardo Antunes — Se apresentando como uma alternativa às candidaturas de Jair Bolsonaro e de Lula, o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, criticou durante entrevista ao JN o que chamou de “polarização odienta” e declarou que vai abrir mão do instituto da reeleição em nome da governabilidade.
O pedetista criticou tanto os governos do PT quanto a gestão Jair Bolsonaro e declarou que não foi responsável por construir uma “polarização odienta”. Apesar disso, reconheceu que seu estilo verborrágico pode atrapalhar a conquistar votos dos eleitores mais conservadores, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
“Querem repetir 2018 e repetir as coisas do passado e esperar resultado diferente é a Teoria da Insanidade, como dizia o [físico Albert] Einstein”, disse Ciro. “Eu não ajudei a construir essa polarização odienta”, acrescentou.
“O que destruiu a governança política brasileira nesse modelo é a reeleição. O presidente se coloca com medo dos conflitos O presidente se vende aos grupos picaretas da política, grupos de pouco escrúpulo republicano, porque tem medo de CPI e querem se reeleger. Eu tenho outra relação com a questão moral. Eu me garanto. Eu não sou corrupto. Eu não tenho medo de CPI”, disse Ciro Gomes.
Durante a entrevista, Ciro Gomes também prometeu instituir um Auxílio Brasil de R$ 1 mil e criar aproximadamente 5 milhões de empregos a partir da reestruturação da infraestrutura nacional.
NA MOSCA
Um dos melhores momentos de Ciro Gomes na sabatina do JN foi quando ele falou no modelo de governar. “Chamar isso de presidencialismo de coalizão, na expressão elegante do Fernando Henrique, ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao Centrão. (…) Então é a gente não chegar à conclusão que este modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula para cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, o PSDB nunca mais disputou a eleição nacional e o Bolsonaro desmoralizado agora”, disse ele.

MAL COMPARANDO
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, ironizou em seu Twitter a sabatina de Ciro Gomes ao Jornal Nacional da noite desta terça (23), afirmando que é possível uma condução equilibrada, mas que isso não ocorreu com Jair Bolsonaro na segunda (22).
IRONIA
“Parabéns ao Jornal Nacional pela excelente condução da entrevista com um candidato a presidente da República [Ciro Gomes]: equilíbrio, suavidade, respeito”, escreveu o político.
BAIXOU O TOM
Por sua vez, Fábio Faria, criticou a postura do jornalista William Bonner. “Parece que Bonner esqueceu a arrogância e o deboche”, escreveu o ministro das Comunicações em seu Twitter.
LEVEZA
De acordo com Faria, as perguntas ao pedetista foram “amistosas” diferente das feitas ao presidente Jair Bolsonaro. “Melhoraram o microfone, a luz, tom de voz, o roteiro está ameno, sem agressividade, sem ironias, sem caretas, sem interrupções”, escreveu.

FUGA
Motivo para a operação da PF deflagrada nesta terça-feira (23), um grupo de empresários bolsonaristas no Whatsapp perdeu 40% de seus membros desde que foi revelado na imprensa, pelo portal de notícias Metrópoles, na quinta-feira (18). Segundo o Estado de S. Paulo, com base em relato de um integrante não identificado, o grupo tinha cerca de 70 integrantes no dia da primeira reportagem do Metrópoles.
GOLPISMO É TRAIÇÃO
O Senador, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao comentar mensagens golpistas de empresários bolsonaristas “visitados” hoje pela Polícia Federal: “toda pessoa que prega retrocesso democrático, atos institucionais, volta da ditadura está redondamente equivocada, é um desserviço ao país, é uma traição à pátria e isso obviamente tem que ser rechaçado e repudiado com toda a veemência pelas instituições”.
ÚNICA UTILIDADE
Sobre as conversas dos empresários bolsonaristas pelo WhatsApp vale lembrar uma velha frase de Tancredo Neves. Quando lhe perguntaram por que não costumava falar de assuntos mais sérios por telefone (que eram analógicos). “O telefone é uma invenção extraordinária. Serve para marcar uma conversa presencial”.

CRÍTICA
Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal sob Jair Bolsonaro e hoje candidato a vice-presidente pela União Brasil, disse à Folha que se sentiu ofendido com a classificação de “bolsonaristas” para os membros do grupo de WhatsApp que foi alvo de operação da PF nesta terça (23).
RENÚNCIA
O partido Novo devolveu ao TSE toda a sua verba do Fundo Eleitoral para as eleições deste ano, R$ 89,2 milhões. Assim, esses recursos retornarão às contas do Tesouro Nacional. A devolução consta em ofício da legenda datado desta segunda-feira (22).
SEM SOSSEGO
Organizações indígenas denunciaram à Justiça “60 processos ativos” em suas terras. Autorizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), para exploração de ouro. Os processos abrangem 149 mil hectares na Região Cabeça do Cachorro, no Amazonas e afetam a vida de 45 mil indígenas, de 23 etnias, distribuídos em 750 comunidades. A denúncia foi protocolada na Justiça Federal do AM pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Froirn).
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