Da Redação do Blog — Marcus Vinícius Azevedo da Silva, empresário e ex-assessor de Cláudio Castro (PL), revela em novo depoimento que o governador do Rio de Janeiro e atual candidato à reeleição recebeu propina enquanto era vereador na capital fluminense. Além disso, ele também confirmou que Castro, na época em que era vice-governador carregou propina em uma mochila.
De acordo com ele, Castro recebeu propina no exterior —US$ 20 mil (R$ 104 mil na cotação do dólar ontem) em uma viagem com a família a Orlando, na Flórida, onde ficam parques da Disney. Os relatos foram colhidos em julho pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio), no processo da Operação Catarata, que investiga fraudes em projetos sociais da prefeitura e do governo do Rio.
“Não comento ações que estão em segredo de Justiça. O vazamento desse conteúdo é criminoso e visa única e exclusivamente interferir no processo eleitoral. Infelizmente no Rio de Janeiro há uma indústria de delações feitas por criminosos que querem se livrar da cadeia e acusam autoridades de forma leviana”, disse o governador por meio de sua assessoria de imprensa. – diz Castro
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Acordo de delação e novo depoimento. O ex-assessor já havia assinado um acordo de colaboração premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em agosto de 2020, homologado no fim do mesmo ano pelo então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello. O conteúdo está sob sigilo.
O MP-RJ pediu neste ano para aderir ao acordo a fim de colher mais informações sobre os réus sem foro privilegiado na ação que tramita desde 2019 na 26ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Em novo depoimento —de uma hora e meia—, o empresário dedicou 25 minutos para falar de supostos esquemas envolvendo Castro. O vídeo foi enviado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para que o Tribunal se manifeste a respeito da competência para a análise das denúncias envolvendo o governador.

R$ 50 mil para campanha
Segundo o delator, Marcus Vinícius, disse que Castro se aproximou dele em 2015, quando o então cantor católico começava a planejar seu ingresso na política. Ele disse que assumiu a coordenação da campanha de Castro à Câmara —à época no PSC— e exigiu um cargo em seu gabinete.
O delator conta ter conseguido o apoio do empresário Flávio Chadud, também dono de uma firma acusada na Catarata. “Quando eu trouxe um candidato em potencial a ser eleito vereador, o Flávio [Chadud] não perdeu a oportunidade. Ele tem um olhar como poucos. […] Ele até ajudou, deu uns R$ 50 mil para me ajudar a pagar umas despesas de campanha do Cláudio.”
A defesa de Flávio Chadud declarou: “são duas delações combinadas, sem prova alguma. O delator disse que não presenciou e não estava no local. É uma obra de ficção na base do ‘ouvir dizer’. [Chadud] Nunca fez pagamento no Brasil ou no exterior a qualquer agente público. São afirmações mentirosas para sustentar benefícios graciosos e manter a sua impunidade”.
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