Por Ricardo Antunes — Em meio a decisões judiciais que enfraqueceram a Lava-Jato, políticos presos, ou que foram alvos de investigação articulam um retorno às urnas em 2022. A lista inclui nomes como o do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos).
Inelegíveis, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (sem partido), e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB), articulam candidaturas de familiares à Câmara dos Deputados. Garotinho foi preso quatro vezes, sendo duas em 2017 e a última em 2019. Cunha foi preso preventivamente em 2016 pela Lava-Jato e, beneficiado por decisões judiciais, foi posto em liberdade em maio. Por ter sido cassado, ele só pode disputar eleições novamente em 2027, por isso, prepara lançar a filha, Danielle Cunha, a deputada federal, informa o Globo em sua edição de hoje.
Crivella ficou em prisão domiciliar após operação do MP e da Polícia Civil, em dezembro, contra um suposto “QG da Propina” na prefeitura do Rio. Liberado em fevereiro por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Crivella quer se lançar ao Senado e tem procurado articular oposição ao atual prefeito Eduardo Paes (PSD).
No caso de Garotinho, condenado em março pela Justiça Eleitoral a 13 anos de prisão por compra de votos nas eleições de 2016, há expectativa de um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso não reverta a própria inelegibilidade, Garotinho apoiará a reeleição da filha, a deputada federal Clarissa Garotinho, que negocia filiação ao PP; e pode lançar também a mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho.
Rosinha foi condenada por abuso de poder quando era prefeita de Campos dos Goytacazes, município do Norte Fluminense, em 2012. O prazo de oito anos de inelegibilidade correu até 2020. Hoje, um dos filhos do casal, Wladimir Garotinho (PSD), é prefeito de Campos.
CONTRA-ATAQUE
A Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, da CBF, apressou-se neste final de semana para cortar a cabeça de Rogério Caboclo, quando começaram a circular rumores de que o então presidente da CBF estava preparando um contra-ataque para segunda-feira. Caboclo iria anunciar a demissão dos “traidores” (diretores e assessores da entidade) amanhã.

TROCA DE COMANDO
Rogério Caboclo, teria inclusive prometido ao governo federal trocar Tite por Renato Gaúcho Portaluppi. A mudança ocorreria após o jogo Paraguai x Brasil, na terça-feira, pelas eliminatórias, informou o jornalista André Rizek.
APROVOU
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), deve ter gostado da notícia. Mais cedo, ele chamou o técnico Tite de “hipócrita” e “puxa-saco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. As agressões vieram, após Tite se posicionar contra a realização da Copa América no Brasil. Diversos jogadores, também são contra e discutem boicotar a competição.
MARQUETEIRO
Apesar de comandar a Abin, um órgão que deveria ser eminentemente técnico, Alexandre Ramagem deixa transparecer seu perfil político nas redes sociais, diz a Crusoé. O delegado, passou a usar o Twitter para fazer propaganda do governo. Já saiu em defesa das médicas pró-cloroquina na CPI da Covid, abraçou a proposta do voto impresso, de autoria da deputada Bia Kicis, e classificou como “memorável” a “motociata” do presidente no Rio de Janeiro.
CENSURA
A jornalista Givara Budeiri, correspondente da rede de TV Al Jazeera, foi presa ontem (05) ao cobrir protesto no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém, capital de Israel. A profissional foi agredida e parte do equipamento de sua equipe foi destruído.

DESACATO
Autoridades locais não se manifestaram diretamente sobre o caso, mas um comunicado divulgado pela polícia informa a prisão de um homem e uma mulher por suspeita de “desacato às forças de segurança”.
PEDIDO
Deputados do PC do B vão apresentar nesta semana ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um pedido para que o projeto de lei que cria o modelo de federações partidárias entre em urgência e seja pautado.
FEDERAÇÃO
O modelo de federações prevê a possibilidade de união de partidos para disputar as eleições como uma grande sigla, com estatuto próprio, que deverá ficar unida em âmbito estadual e nacional por quatro anos. Caso a federação não passe, há grandes chances de que Jandira e o governador Flávio Dino (PC do B-MA) migrem para o PSB. A movimentação preocupa o PDT, que vê na criação da federação, um bloco de apoio ao PT.
ESTRATÉGIA
Ciro Gomes, inclusive, já tem traçado sua estratégia para 2022. Ele pretende seguir em sua campanha a linha “flor e espinho”. Ou seja, vai bater forte em Lula e Bolsonaro. A campanha de Ciro supõe que, além dos eleitores que já possui, ele consiga seduzir uma franja de lulistas e bolsonaristas não tão convictos assim. E dessa forma, entrar no jogo.
TERCEIRA VIA
Um vídeo publicitário elaborado a pedido do presidente do Cidadania, Roberto Freire (PE), defende uma terceira via para 2022 com o mote “bora fazer juntos um futuro melhor para o nosso país”. O Cidadania é um dos entusiastas de uma eventual candidatura do apresentador Luciano Huck e tenta atrair o global para se filiar à sigla.

PLANO B
Huck, no entanto, tem outros planos. Com o fim do Domingão do Faustão, um dos programas de maior sucesso da história da televisão brasileira, ele deve ser escalado pela Rede Globo para suceder Fausto Silva nas tardes de domingo. Nos bastidores, é dada como certa a aposta.
INSISTÊNCIA
DEM, MDB, Solidariedade, Podemos, Novo e Verde também buscam uma opção para se apresentar como terceira-via. Eles farão um evento público com suas lideranças e, em seguida, outro com possíveis pré-candidatos, como Henrique Mandetta, Tasso Jereissati, Eduardo Leite, João Doria e João Amoêdo.
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Coluna do Ricardo Antunes, Domingo 06/06/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.