Por Ricardo Antunes — Enquanto bolsonaristas, conservadores, evangélicos e ruralistas se unem para promover uma grande manifestação de apoio ao Governo no 7 de Setembro, a oposição — à esquerda e ao centro — está fragmentada.
Mesmo após uma série de reveses do Governo Federal, com derrotas no Congresso e no STF, desembarque de setores do empresariado e do mercado, e horizonte econômico negativo, os bolsonaristas preveem uma manifestação histórica na Avenida Paulista, em São Paulo, e na capital federal, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, nos dois eventos.
Do outro lado, os detratores do presidente preveem uma divisão do público. A esquerda ainda remói mágoas com o MBL e o Vem Pra Rua, por causa das marchas a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), e a direita anti-bolsonarista, de olho nas eleições de 2022, se nega a marchar junto com petistas.
A Campanha Nacional Fora Bolsonaro, com forte influência do PT, tem até conseguido adesões de forças não alinhadas a Lula, com a participação de instâncias de legendas como PSDB e Cidadania, do PDT do presidenciável Ciro Gomes, e dos movimentos Acredito, Agora! e Livres. Porém, parte do trabalho do grupo foi prejudicado, após integrantes do PCO agredir tucanos na avenida Paulista em 3 de julho. Até apoiadores de Ciro Gomes relataram hostilidades.
Sem um acordo, grupos mais a esquerda preparam atos contra Bolsonaro no dia 7. Partidos como PSB e PDT, preocupados com possíveis casos de violência, desestimulam militantes a participar de manifestações agora. E representantes de partidos e pré-candidatos que tentam fabricar uma candidatura alternativa a Bolsonaro e Lula endossam o chamado para o dia 12. São os casos de Novo e PSL e de nomes aventados por esse campo, como os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS).
Melhor para os Bolsonaristas, que vão aproveitar o feriado da independência para uma grande demonstração de força.
LOTAÇÃO
A rede hoteleira de Brasília já opera com 80% da capacidade e a ocupação chegará a 100% de segunda para terça-feira. A Associação Brasileira de Indústria de Hotéis confirma que a alta procura se deve aos protestos bolsonaristas de 7 de Setembro.

TEMOR
Governadores estão preocupados com possíveis atos de “insurreição” durante os protestos, e tem monitorado para que policiais não participem das manifestações.
EFEITO
Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro, que por diversas vezes sugeriu uma “ruptura institucional”, defendeu hoje a participação dos agentes de segurança. De acordo com o Estadão, organizadores de caravanas estão espalhando no Whatsapp, que policiais armados farão a segurança de manifestantes dentro dos ônibus bolsonaristas.
CONTRA-LEI
Além de não poderem participar de atos políticos, policiais militares da ativa não podem usar armas para atuar em serviços de segurança privada.
HORÁRIO DE VERÃO
Apesar da crise hídrica, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descarta a volta do horário de verão. ele diz que a mudança, sonhada por empresários, não influenciaria tanto assim na economia de energia.

SEM NECESSIDADE
“Do ponto de vista da economia de energia não há necessidade”, diz. “Analisamos continuamente a operação do sistema para avaliar se alguma medida poderá melhorar sua governança, o que inclui o horário de verão. Não há parecer ainda sobre essa possibilidade”, segue o ministro.
INVESTIMENTO
Dono da maior cota do fundo partidário, o PSL usou o dinheiro sobrando no caixa para fazer um “investimento imobiliário”, diz a Crusoé.
NOVA SEDE
Em março deste ano, a legenda comandada por Luciano Bivar comprou o imóvel onde fica sua sede em São Paulo. O valor do negócio: R$ 5,4 milhões.
O DEPUTADO DO MINISTRO
Ministro João Roma faz selfie com o presidente Bolsonaro e o amigo Felipe Dornellas no Comando Militar do Nordeste, na última sexta. Dornellas, que é da mesma geração de Roma, deve disputar um mandato de deputado federal em Pernambuco.

OBJETIVO
Após a visita ao Recife, na última sexta, o presidente realizou uma motociata de Santa Cruz do Capibaribe até o Polo de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Em discurso a apoiadores, no local, Bolsonaro disse que tem como missão entregar um Brasil melhor do que pegou em janeiro de 2019.
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