O Dia Internacional da Língua Portuguesa é celebrado no dia 05 de maio, e para marcar essa data, o Museu da Língua Portuguesa fará uma programação especial, com atividades de 3 a 7 deste mês. Na programação há o lançamento da exposição temporária da Língua Solta. A mostra tem curadoria de dois pernambucanos. O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) Moacir dos Anjos e a premiada jornalista Fabiana Moraes, autora de “O nascimento de Joicy”.
Fechado para o público em geral desde dezembro de 2015, quando foi atingido por um incêndio, o museu tem previsão para a reabertura somente no segundo semestre, a visitação à exposição será para um público restrito, 160 pessoas no total, com o máximo de 10 pessoas por vez. Entre os dias 4 e 7 de maio com os seguintes horários: 9h30, 10h30, 14h30 e 15h30.
Dos elementos selecionados para a mostra, o público vai conferir obras do acervo do Centro de Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Fundaj, como duas colagens do fotógrafo cearense Josias Benício Sampaio e 57 rótulos de aguardente da Coleção Almirante.
-Tentamos construir uma exposição que falasse dos vários modos que a língua portuguesa está encarnada nas coisas da vida. Nos objetos, nas imagens, dentro e fora da arte. Tentando quebrar essas barreiras entre a arte erudita, a arte contemporânea e a arte popular, com isso de alta e baixa cultura. – explica Moacir dos Anjos.
Ainda segundo o curador, a própria construção da mostra se contrapõe às convenções de uma exposição sobre arte e língua portuguesa.
– Quase sempre ela é voltada para a poesia concreta na arte brasileira, de um Haroldo Campos a Arnaldo Antunes. Pensamos uma coisa mais solta, onde caberia muito mais. – afirma.

Cultura Popular
De fato, “Língua Solta” reúne desde estandartes de maracatus de Nazaré da Mata, município da região canavieira de Pernambuco, a publicações da página Saquinho de Lixo, famosa pelos memes no-sense e/ou sarcásticos no Instagram.
-Trouxemos uma perspectiva de cultura popular para o Sudeste que não é normalmente aquela que costumam pensar em todo o Brasil, especialmente sobre o Nordeste. Essa de uma cultura popular adocicada, sem intenção, para turista ver ou, ainda, feita na gambiarra. Mesmo a presença dos estandartes de maracatu fala sobre beleza, mas também da tensão de uma resistência. – alerta Fabiana Moraes.
Narrativa presente, por exemplo, nas colagens de Josias Benício Sampaio, do acervo da Fundaj. Em uma delas, “Culturais Trópicos”, o fotógrafo já anunciava “O Novo Nordeste Brasileiro”. Já na seleção de rótulos da Coleção Almirante, construída pelo radialista Henrique Foréis Domingues, o casal buscou tencionar o imaginário predominante nas produções.

-Em todos os rótulos há a presença das mulheres. Em sua maioria, feitas de forma machista. Escolhemos as que apontam para outra direção. São imagens que apresentam a mulher paraquedista, voadora, guerreira, tensionando a imagem misógina. – reflete o curador.
Para ter acesso, é preciso emitir o ingresso antecipadamente no endereço eletrônico da Exposição Língua Solta (https://bileto.sympla.com.br/event/67708/d/98176). As entradas serão disponibilizadas em dois lotes: o primeiro foi liberado na sexta-feira, dia 30 de abril, e o outro nesta segunda-feira, a partir do meio-dia.







