Do G1 — Orlando Péricles Brito de Oliveira nasceu em 1950, em Janaúba, Minas Gerais. Começou a carreira em 1964, aos 14 anos, como laboratorista no jornal “Última Hora”. Depois trabalhou como repórter fotográfico e editor de fotografia. Passou pelas redações de “O Globo”, “Jornal do Brasil” e revistas “Caras” e “Veja” — nesta última, em dois períodos diferentes. Ao deixar a revista, criou a agência de notícias Obrito News.
Em entrevista ao programa “Trilha das Artes”, da rádio Câmara, da Câmara dos Deputados, foi questionado se tinha a fotografia como “paixão”. Disse que esta seria “uma das primeiras e talvez uma das únicas”.
“A fotografia é tudo para mim, é o que me trouxe até aqui. Eu não consigo enxergar nada sem ser pelo ângulo fotográfico, visual, estético. Então, eu não consigo fazer nada que não passe, que não toque, no tema fotografia”, declarou Brito na entrevista à rádio.

Segundo afirmou à rádio, fotógrafo não escolhe o que fotografar.
“Um fotógrafo — especialmente os de notícias — não tem como escolher temas. Ele está ali de acordo. Ele não age. Ele reage às pautas que vêm a ele”, afirmou.
Durante a carreira, Brito testemunhou diversos momentos históricos, entre os quais o fechamento do Congresso Nacional em 1977, na ditadura militar, durante o governo do general Ernesto Geisel.

Em depoimento para um documentário da TV Senado, disse que, na ocasião, quis mostrar por meio de uma imagem aquele episódio da vida política brasileira.
“Eu saí, subi a escada, fui lá em cima e fiz mais dois cliques com uma grande angular, mostrando a solidão do plenário”, afirmou.
Em 8 de outubro de 1992, clicou o então deputado Ulysses Guimarães na rampa do Congresso. Quatro dias depois, o parlamentar, presidente da Assembleia Nacional Constituinte e apelidado de “Senhor Diretas”, morreu em um acidente de helicóptero na baía de Angra dos Reis.

Nos últimos 55 anos, Orlando Brito registrou todas as posses presidenciais — desde o ex-presidente Arthur Costa Silva, em 1967.

Até a posse do presidente Jair Bolsonaro, em 2019.

Em 2011, Brito fez uma das últimas fotos do ex-presidente Itamar Franco. Em um podcast, disse que o “ar estranho” do então senador por Minas Gerais o motivou a fazer o registro.
“Aquele ar estranho me levou a fazer uma fotografia. Uma foto triste e surpreendente. Foi a última imagem que eu fiz do doutor Itamar. Horas depois, ele seria internado, em São Paulo, e viria a falecer de leucemia aos 81 anos”, relatou.