EXCLUSIVO, Por André Beltrão – Não satisfeita com a omissão na ação de indenização a que responde na 8ª Vara Cível, movida pela família do jovem Juan Pablo da Silva Melo — morto por choque elétrico no último dia 5 de fevereiro —, a Neoenergia agora tenta culpar pela morte o dono do fiteiro próximo, Daniel Wilson Freitas, alegando que sua banca estaria passando corrente elétrica.
A acusação revoltou Daniel. Ele disse ao Blog que, no fatídico 5 de fevereiro, ficou em casa, no bairro do Bongi, na Zona Oeste, diante do temporal que inundou a Região Metropolitana do Recife. No dia seguinte, relata, o Corpo de Bombeiros atestou que não havia fuga de corrente elétrica no fiteiro. “Fiquei indignado e revoltado”, declarou ele ao Blog sobre a acusação da Neoenergia.
Juan Pablo, 21 anos, caminhava por uma área alagada na Rua Dom Bosco, no centro do Recife. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) confirma que ele morreu por descarga elétrica. O rapaz saiu de casa naquela manhã para ir a um curso de informática, mas não conseguiu entrar na escola porque a rua estava alagada e a aula havia sido cancelada. Quando levou o choque elétrico, ele tentava voltar para casa, no bairro do Pina, na Zona Sul.
Outras seis pessoas morreram durante o temporal — duas delas também por choque elétrico. Empresa do grupo espanhol Iberdrola, a Neoenergia, muito criticada pela má qualidade dos serviços, é concessionária de energia elétrica em Pernambuco e em outros cinco estados.
Confira o vídeo com o depoimento de Daniel: