EXCLUSIVO – Por Ricardo Antunes — O boletim-geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco publicado nesta quarta (24) na internet deixou muita gente em polvorosa por causa da grande quantidade de punições de policiais infratores. E tem gente graúda no meio.
Um major pegou 30 dias de detenção por causa da atuação desastrada durante aquele fatídico protesto contra Bolsonaro, em maio de 2021, no Centro do Recife. Dois homens perderam parte da visão depois de levar tiros de balas de borracha disparados pela tropa.
Um coronel pegou quatro reprimendas de 30 dias de reclusão por causa de suspeita de crimes sexuais pratica dos contra mulheres dentro do quartel.
O major punido com detenção por causa da omissão no dia do protesto é Elton Máximo de Macedo.
Segundo a portaria da SDS, o Conselho de Justificação foi instaurado para apurar a denúncia de que o oficial
teria praticado conduta irregular nas manifestações, na Ponte Duarte Coelho, quando estava “comandando fração de tropa do Batalhão de Choque”.
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Na sindicância a secretaria atestou que ficou “plenamente comprovada nos autos do processo” que o major, no momento em que ocorreram os disparos de elastômero, estava perto da linha formada pelo pelotão do BP Choque. Diz, ainda a SDS, que ele se aproximou do militar que realizou esses disparos,
“em circunstâncias e posição que tornavam totalmente viável e possível a visualização e, consequente, identificação daquele policial,” mas não fez nada.
Portanto, para ao governo, o oficial “deixou de cumprir de forma satisfatória e eficiente a sua função de comandante daquela fração de tropa.”
O caso do crime sexual no quartel tem como principal protagonista o coronel Josen Bernardino dos Santos.
Segundo o governo, ele foi investigado por suspeita de ter praticado assédio contra nove mulheres, entre o segundo semestre de 2016 e abril de 2019, nas instalações do 1º BPTran, no Recife.
Diz a SDS que o oficial teria constrangido as vítimas para obter vantagem sexual. Segundo a denúncia, ele costumava se dirigir ao local onde as vítimas trabalhavam e, após cumprimentá-las, costumava pedir-lhes abraços e beijos no rosto e nas mãos.
Além disso, a pasta aponta que o coronel passou a pedir as demonstrações de afeto com mais frequência, “criando um clima de constrangimento e incômodo para as vítimas.” Também foi citado nos relatórios que o oficial chamava as vítimas de “amor” e enviaria mensagens com esse teor.
Portanto, a SDS afirmou que acatou a recomendação da corregedoria para aplicar a penalidade máxima para o caso.