Do UOL – A demora na instalação de uma CPI para investigar a atuação da Braskem no colapso iminente de uma mina de sal-gema em Maceió deve-se ao lobby da empresa no Senado. A avaliação é do colunista Tales Faria, em participação no UOL News desta sexta (1º).
“O lobby da Braskem está atrasando a instalação da CPI no Senado. O requerimento foi apresentado pelo senador Renan Calheiros e aprovado em meados de outubro, mas até o momento os partidos não indicaram quem serão os integrantes da comissão. Sem essas indicações, não há CPI, exceto se o presidente Rodrigo Pacheco escolher os nomes e enfrentar os líderes, o que não é o jeito dele.”
–Tales Faria, colunista do UOL
Tales chamou a atenção para o interesse da Petrobras em adquirir a parte da Novonor, sócia majoritária da Braskem, mesmo com um passivo ainda não calculado e todas as indenizações e compensações pelo colapso da mina em Maceió.

“No plenário, Renan apontou que é inequívoca essa relação entre o afundamento e as atividades de mineração do sal-gema pela Braskem. Chamou de ‘maior tragédia ambiental urbana do mundo’. Estamos em uma situação na qual uma empresa privada fez uma confusão geral na cidade, lucrou barbaridades e há a possibilidade de essa companhia sofrer insolvência se tiver que pagar tudo o que precisa. Aí vem o governo, com a Petrobras querendo comprá-la, e o prejuízo fica para a viúva.”
— Tales Faria, colunista do UOL.
Cratera de mina em Maceió pode criar ‘Chernobyl brasileiro’, diz geólogo
O iminente colapso da mina pode criar uma espécie de “Chernobyl brasileiro” em Maceió, por conta da desocupação de uma parte da cidade. A análise é do geólogo e professor da USP Pedro Luiz Cortês, que classifica o caso como uma “tragédia anunciada”, pois houve diversos alertas desde a década de 1970 sobre as consequências da exploração da mina naquela área.