Por Ricardo Antunes — O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou para investidores estrangeiros nesta sexta-feira, 10, que a crise institucional causada por Jair Bolsonaro pode prejudicar a economia brasileira, conforme mostravam os movimentos da Bolsa de São Paulo (Ibovespa) antes do acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Todo esse barulho sobre instituições e democracia pode afetar nossa economia, no sentido de que estamos prontos para avançar novamente? Minha resposta é que isso pode produzir muito barulho, desacelerar o crescimento”, disse o ministro em conversa com o banco Credit Suisse transmitida pela internet, informa a Folha de S.Paulo.
Segundo a Folha, “o efeito mais imediato das declarações de Bolsonaro para a agenda econômica foi o bloqueio da negociação com o STF para flexibilizar o pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios previstos para 2022”. A questão dos precatórios é a principal prioridade de Guedes no momento.
“Quando o meteoro veio, nós precisávamos de um tratamento especial. Eu pedi imediatamente ajuda ao STF”, disse Guedes nesta sexta. “Eles estavam nos ajudando, quando esse barulho veio e agora estamos de volta ao mesmo lugar de antes”, afirmou o ministro.
A declaração de Guedes para investidores, foi um recado claro… para o Planalto.
XEQUE-MATE
A carta de Jair Bolsonaro desagradou muitos Bolsonaristas. Mas não o Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. Para ele, o recuo de Bolsonaro foi um “xeque-mate”. “O presidente jogou a granada, sem pino, no colo de quem o nosso povo apontou no dia histórico de 07 de setembro. A narrativa de golpista não cola mais. Cheque Mate!”, escreveu.

MEA CULPA
Hamilton Mourão foi mais apaziguador. Ele classificou a carta de Bolsonaro como um “mea-culpa”, e disse que o presidente demonstrou “grandeza moral” ao divulgá-la. O vice-presidente acredita que, agora, haverá uma reaproximação entre o STF e o Planalto.
DESCRENTE
Líder do Podemos, Álvaro Dias, discorda. Segundo ele, o recuo “poderia ser considerado gesto de grandeza”, mas o histórico do presidente não permite fazermos essa leitura. “A pacificação do dia, infelizmente, não assegura a paz”, disse ele.
INFLUENCER
A leitura de Álvaro Dias é compartilhada pela oposição, que, diferentemente do Podemos, organiza um ato pedindo o Impeachment de Bolsonaro. Presidenciáveis vão aproveitar o evento do dia 12 para testar popularidade, claro. Luiz Henrique Mandetta, por exemplo, vai inaugurar sua conta no TikTok no mesmo dia que subirá nos trios do MBL e do Movimento Direita Digital.
ROSAS
O diretório paulistano do PDT informou que vai distribuir 2.000 rosas durante a manifestação na avenida Paulista. O partido diz que sua inspiração para a ação é a Revolução dos Cravos, que em 1974 encerrou 48 anos de ditadura em Portugal. Ciro Gomes, pré-candidato pedetista à Presidência, já confirmou presença no ato.

JOGANDO PARADO
Partidos da esquerda, como PDT e PSB têm incentivado suas militâncias a irem às ruas, mas o PT não pensa nisso. Lula continuará jogando parado.
MP FAKE
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu deixar para a semana que vem a análise da medida provisória assinada por Jair Bolsonaro na segunda-feira (6), que altera o Marco Civil da Internet. O texto, apelidado de “MP das Fake News” cria barreiras para que redes sociais removam conteúdos de seus usuários.

MANOBRA
Pacheco já sinalizou a possibilidade de devolver a MP ao presidente, de modo que ela perdesse a validade. O presidente da Casa pretende se basear em parecer da Advocacia Geral da Casa sobre o tema para justificar a decisão, que já possui embasamento para alegar que a proposta dá margem para o cometimento de crimes nas redes sociais.
FERROVIAS
A Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), promulgou nesta quinta-feira (9) a emenda constitucional que permitirá o estado a explorar, diretamente ou mediante concessão, permissão ou autorização a infraestrutura e os serviços de transporte ferroviário, exclusivamente dentro do território de Pernambuco.
TRANSNORDESTINA
A alteração na Carta Magna foi proposta pelo governador Paulo Câmara como alternativa para viabilizar a construção do Ramal Suape da Transnordestina.
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