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Crise no PSB revela os erros de Daniel Coelho e Priscila Krause. Confira na retrospectiva de 2016

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
21/09/2019 - 16:03
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Por Ricardo Antunes

 

Pouco menos de dois meses da reeleição do prefeito Geraldo Júlio (PSB), a crise no partido, envolvido em denuncias da operação lava jato e rachado com as feridas expostas da família Campos-Arraes, revela os erros de estratégia de dois jovens atores políticos que tinham tudo para mudar o mapa político eleitoral de 2016 mas ficaram no “quase”. Na retrospectiva política das eleições, no Recife, o blog conversou com políticos, profissionais de campanha, marqueteiros e amigos de Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM) e traz para você, com exclusividade, os bastidores da campanha e os erros cometidos por eles. Confira o texto:

 

“O diabo é sabido. Não porque ele é o diabo, mas sim porque ele é velho”, não é mesmo, pessoal? Quem perdeu, perdeu por algo, perdeu porque errou, e a função desse espaço é discutir o que a  imprensa pernambucana (ou o que sobrou dela) deixou de analisar, por medo, interesses ou falta de coragem mesmo.

 

Então, vamos lá.  Qual é o “turning point”? É examinar as causas da derrota da “nova geração” de políticos pernambucanos, e como, juntos, eles conseguiram “entregar” a Prefeitura de novo para o PSB que, dividido, e ao contrário de 4 anos atrás, não tinha mais o poder do ex-governador Eduardo Campos.  A ‘chance” não aproveitada terminou com uma constatação: A dupla PSB/PT vai completar 20 anos à frente do Recife.

 

l)A DIVISÃO

 

O primeiro erro foi o mais básico e, sobretudo, político. Se foi fruto da “arrogância”, “soberba”, ou de “projeto pessoal”, nunca vai se saber. Por exclusão, no entanto, pode-se apontar que um desses fatores, ou mesmo os três, foram fatais para a derrota.

 

Juntos, Daniel Coelho e Priscila Krause tiveram cerca de 210 mil votos e pouco mais de 24% dos votos válidos, enquanto que João Paulo teve quase 25%. A falta de capacidade de aliar esses dois jovens atores políticos no mesmo projeto foi fatal. E a política não tem compromisso com o erro  cobrando sua  fatura depois. Foi o que aconteceu.

Se unidos, D45 e PK poderiam contribuir para renovar a política recifense e “abraçar” boa parte  do eleitorado  (que estava com fastio da dobradinha PT e PSB), separados, os dois candidatos selaram o seu fim em termos de eleição majoritária. Daniel não será mais candidato, e Priscila, se imagina que pode ganhar alguma eleição “sozinha”, tem que estudar mais e aprender que na política o “voluntarismo” é um péssimo conselheiro.

 

2) OUTSIDERS

 

Dadas as circunstâncias de que D45 e PK eram verdadeiros “outsiders” nos próprios partidos, nada mais natural que eles próprios tivessem o entendimento necessário da conjuntura política que se apresentava. O PSDB nunca gostou de Daniel.

Engoliu-o a  “seco” em 2012,  a ponto de o presidente do partido, o então senador Sérgio Guerra, ter sido chamado às pressas pelo então governador Eduardo Campos (PSB), que estava preocupado com o súbito crescimento do tucano. “Ele não vai além do que isso”, disse Guerra ao governador, a quem prometera que a candidatura de Daniel Coelho era apenas para “reforçar a sigla” em torno da opção de Aécio Neves, em 2014.

Furando o “acordo” Campos-Guerra, Daniel só não foi ao segundo turno por apenas 1%, tornando-se a grande “sensação”  da campanha. Por sua vez, no bojo de uma atuação mais que acima da média na Câmara dos Vereadores, PK tornou-se uma forte concorrente no DEM a assumir um protagonismo que também não interessa ao “dono” do partido no Estado, o ministro Mendonça  Filho.

 

Ela teve três mandatos na oposição, enfrentando com altivez uma hegemonia avassaladora do PSB, e  a coragem de dizer “não” ao então governador Eduardo Campos e seu grupo. Mas não foi capaz de unir uma aliança em torno dela, nem teve a clareza necessária para entender que não poderia ser o fato novo na campanha com apenas 37 segundos de propaganda gratuita, e cinco, isso mesmo, cinco inserções de 30s contra 40 de Geraldo Júlio. Resumindo: nem a cúpula do PSDB, nem muito menos a do  DEM gostariam que um, ou outro,  ganhasse a eleição para prefeito.

 

3) O  “ANTIPETISMO”

Se o primeiro erro foi o de não entenderem que brigavam no mesmo espaço com a máquina poderosa do PSB,  e com a popularidade de João Paulo (que teve seu mandato bem avaliado quando deixou a Prefeitura), o erro seguinte de Daniel e Priscila foi pior:  os dois praticamente “traíram” seu eleitorado – o mesmo que foi às ruas para pedir o impeachment da presidente Dilma e retirar o PT do poder –  ao não escolherem o petista como alvo no primeiro turno.

 

Substantivos como “impeachment”, “Lula”, “Lava Jato”, “Dilma” e “petismo” foram suprimidas do Guia Eleitoral e dos discursos dos dois candidatos, que não entenderam que o momento politico pedia o embate e a desconstrução do petismo também no Recife.

 

O Brasil foi ás urnas, bem ou mal, certo ou errado,  com esse “sentimento”, e  o  resultado mostrou isso. Os candidatos petistas foram todos alijados do mapa eleitoral, e o Recife ficou apenas como uma ilha, provocando até mesmo “espanto” nos comentaristas nacionais.

 

Qual o motivo de  D45 e PK terem esquecido de fomentar essa contradição e politizar esse debate junto aos seus eleitores? Qual o motivo de nenhum dos dois lembrarem o descaso que o ex-prefeito teve com o dinheiro público? João Paulo responde a 14 processos no Tribunal de Contas e mais quatro no Supremo Tribunal Federal. Teve as contas rejeitadas três vezes seguidas pelo TCE e  ainda é réu em dois processos por improbidade administrativa.

“A eleição foi marcada também pela transparência”, revela o professor e cientista político Marcelo Vitorino. A transparência “pedida” pela população passou longe dos discursos acanhados da chamada “oposição” no Recife, e ainda revelou uma ironia: um dos processos que responde por improbidade administrativa foi fruto de um pedido de informações feito pela deputada, quando era vereadora: sobre uma viagem que o então prefeito fez por 18 dias à China, Japão, Índia e França, em 2007, onde ele gastou quase R$ 300 mil, sem qualquer retorno para o contribuinte. “Foi um verdadeiro turismo de eventos”, disse a vereadora na ocasião.

 

Por qual motivo eles não levantaram essas questões ninguém sabe responder, mas uma coisa é certa:  os votos dos dois migraram para Geraldo Júlio (PSB), que soube capitalizar esse sentimento e usou a tática do “voto útil  contra o PT” para que a eleição fosse decidida no primeiro turno.

“Os dois melhores candidatos eram, de fato, Daniel e Priscila. Mas para acabar com o PT eu não pensei duas vezes, Aliás, eu e minha família votamos em Geraldo para nem segundo turno ter mais”, disse ao blog o comerciante Carlos Silva, que tem uma loja de eletrodomésticos no centro da capital.

 

4)  A FALTA DE DISCURSO

 

Com pouco tempo no horário eleitoral, e apenas dez inserções, contra 40 de Geraldo Júlio, e 20 de João Paulo, o guia de Daniel Coelho foi um desastre do ponto de vista político. Quatro anos depois, Daniel ainda  quis se apresentar como o “novo”, quando, na verdade, esse figurino poderia caber a Priscila, e não a ele.

“Vamos acabar com essa panelinha”, é um slogan complicado e de difícil entendimento. “Política mofada”? Como assim, candidato? Alguém no PSDB, e aliado do insólito PSL, tem por acaso 0,1% de credibilidade para falar em “mofo”?, pooderia retrucar alguém em relação a essa frase infeliz que ele teimou em levar ao ar.

Culpar “pouco tempo” do guia  como justificativa para o não crescimento não vale. A verdade é que a candidatura não empolgou, não teve a alegria de 2012. Outra verdade inconveniente: ele teve mais de quatro anos para unir a oposição, ou articular uma frente de partidos contra a máquina do PSB, mas não o fez. Se desejava mesmo ser prefeito, um mandato de deputado estadual lhe ajudaria muito mais do que atuar em Brasília, como deputado federal.

 

 

5) O SLOGAN

 

Com inegável “charme e carisma”, Daniel Coelho se perdeu em outro ponto que não se pode errar numa campanha. “Botar para funcionar o que já existe” é um slogan pobre e que não diz muita coisa. Uma vez ele se deu ao luxo de aparecer no guia dizendo que ia colocar os professores nas escolas. Foi inacreditável.

 

“Só uma classe média despolitizada, alienada e idiota para ir atrás de uma conversa dessa”, disse um jornalista de Brasília, que acompanhou, a pedido do blog, dez programas dos candidatos. Para ele, bastava uma única pergunta para desmontar Daniel: “Candidato, em qual cidade do país o seu PSDB botou pra funcionar o que já existe?”.

 

Por pura preguiça da imprensa ou desinteresse mesmo, isso nem foi perguntado, respondi eu. “Erramos mesmo na estratégia”, confidenciou ao blog um integrante do comando da campanha do candidato,  72 horas depois do resultado.

 

6) O GUIA DELA

Segura, simpática e fotogênica, PK viu-se destruída no vídeo logo no primeiro programa. Eu diria até mais: “Como destruir uma excelente candidata em dois dias em poucos segundos”. Foi o que fizeram com a moça. Mal dirigida, mal produzida, Priscila contou com uma equipe fraca e amadora que não parecia entender o bom produto que tinha nas mãos.

 

Destaque apenas para as poucas vezes que apareceu com a câmara fechada em seu rosto, que é muito expressivo. Ao contrário do que muita gente possa imaginar, poucos segundos na TV exigem muito mais dos bons profissionais de vídeo que muitos minutos. Uma mensagem curta e direta, como só a publicidade sabe fazer, teria marcado mais.

 

7) O GUIA DELE

 

Em sua propaganda eleitoral na TV, Daniel também errou o tom. Foi um programa repetitivo, na mesma linha da campanha anterior. O tom de voz alto exalava uma arrogância que ele até não possui no trato pessoal. Em alguns momentos ele se mostrou agressivo, e com uma trilha sonora equivocada, parecia mais um filme de ação.

Claro que o pouco tempo prejudicou, mas isso não é desculpa. A forma que foi ao ar, com rápidos movimentos de câmara e cores neutras não convenceu, não marcou, não ficou na cabeça do eleitor, apesar de todos saberem que o candidato estava maduro e preparado. Tudo ao contrário do debate da TV Globo, onde Daniel, aí sim, apareceu incisivo, e com postura de prefeito.

Antes de contratar sua equipe, o tucano circulou em algumas produtoras de São Paulo e deixou uma péssima impressão. “Ele conversou como se já estivesse eleito prefeito do Recife”, disse um publicitário que foi sondado por ele.

 

8) A MUDANÇA DE ESTILO

 

A candidata também abdicou do seu estilo de se contrapor aos “desmandos” das prefeituras do PT e PSB  que ela tanto denunciou com sua competente equipe de fiscalização. Enquanto Daniel trocou um mandato de deputado estadual, que o faria ficar mais perto do Recife, por um inexpressivo mandato de deputado federal (onde brilhar em apenas quatro anos é raro, e ele não o fez), Priscila praticamente deixou de lado a combatividade e as denúncias que sempre a fizeram uma referência às más gestões públicas.

Nem no seu curto programa, nem nas inserções, PK mostrou um dado que por certo teria um impacto grande junto a população: a farra de dinheiro público gasto em shows e eventos nas administrações do PT e do PSB. Priscila, junto a Daniel, só vieram fazer isso no debate da TV Globo, quando seus votos já migravam para Geraldo Júlio. Conseguiram estancar a sangria, mas já era tarde demais.

 

9) O TEMA ERRADO

 

Um assunto delicado como Uber x Taxistas não é tão fácil de se manipular ao seu favor, como imaginou Daniel Coelho. O candidato tucano tinha muitos votos entre os taxistas, a grande maioria deles com estafa das administrações do PT e do PSB ao longo de 16 anos. “Eu mesmo iria votar nele, mas depois daquela confusão todo mundo ficou mesmo com Geraldo”, disse o taxista Manoel França ao conversar com o blog (a entrevista está gravada).

Era um assunto delicado e que merecia uma pesquisa anterior. Sem entrar no mérito da questão, mesmo sem querer, Daniel passou a ideia de que estava “contra os taxistas”. Com 6.400 taxistas, a classe é muito mais homogênea que a dos que adotam o aplicativo Uber, cerca de 4 mil. Um tiro no pé.

Esse semana, aliás, Daniel Coelho comprovou isso, quando passou a ser “agredido” por taxistas (veja foto) e teve que lançar uma nota explicando sua posição. Em política, quando alguém precisa “explicar” muito um fato é sinal de que o discurso foi confuso e não passou transparência.

O velho ditado que em política o que fale é a versão e não os fatos ilustra bem o episódio com o tucano que, agora, queira ou não, tem outra “mancha” em seu currículo. Em política, o erro de comunicação é geralmente, fatal para um aspirante a um cargo majoritário. Quem observar o que Daniel Coelho disse  sobre o problema vai perceber que ele tem razão e não mentiu, muito  pelo contrário. Quem mentiu foi o prefeito Geraldo Júlio (PSB) que disse uma coisa e fez outra. Quem passou por “pecador”, no entanto, foi Daniel que perdeu o apoio de uma categoria poderosa.

 

10) PESQUISAS

Os dois candidatos reclamaram e muito das pesquisas divulgadas 48 horas antes do pleito. Meia razão. Tanto Daniel quanto Priscila podem alegar que não fazem a “velha política”, mas dizer que são anjos numa festa dada pelo Rei Baco vai uma enorme diferença.

A manchete do JC que saiu no sábado dizendo que a fatura poderia ser liquidada no primeiro turno não estava totalmente errada. De fato, Geraldo Júlio, teve mais de 49% dos votos válidos. O erro da pesquisa foi não detectar que Daniel estava com 16 ou 17%, e que João Paulo havia despencado dos 33% do começo do guia para 24%.

Com isso, a polarização que poderia ser entre quem vai ao segundo turno, Daniel ou João Paulo, foi  “maquiada” com a possibilidade de tudo terminar no primeiro.

 

O que faltou? Simples. Encomendar uma pesquisa de um instituto sério e divulgar nos jornais e no seu guia eleitoral. Como todo mundo sempre fez em todas as campanhas, e é permitido pela lei eleitoral. A maioria do eleitorado vai com quem está na frente, e para que isso não aconteça é preciso “desenhar” nas inserções de 30 segundos que devem ser usadas para isso.

Pior ainda para Daniel. Ele já  havia sido prejudicado por esse tipo de expediente na eleição passada. Um erro primário que levou muita gente a votar logo em Geraldo apenas para “não ver” o PT no segundo turno.

 

11) RELAÇÕES COM A IMPRENSA

 

Daniel 45 e PK subestimaram a política de PR (Relações Públicas), que todo bom candidato deve ter. A dupla ficou o tempo todo longe da imprensa, e a reboque das editorias. Com assessores pessoais,  fracos e, não profissionais, os dois candidatos não “cobraram”  o mesmo espaço nos jornais no dia a dia.

O que acontecia? A cobertura e o espaço eram maior para Geraldo e João Paulo, reproduzindo a “polarização entre o PT e o PSB”. Justamente tudo o que o comando da campanha do PSB queria. Ao invés de exigirem isonomia, os candidatos passaram batido.

 

Vários blogs não recebiam os releases dos candidatos, e nenhum dos dois foi capaz de sequer dar um telefonema aos principais jornalistas de política dos principais jornais, ou colunistas, para “dois dedos de prosa”, como diz Fernando Castilho. Uma campanha profissional teria buscado jornalistas mais experientes daqui ou de fora para terem voz no comando da campanha junto aos marqueteiros e publicitários.

 

Ao optar por profissionais sem passagem por grandes jornais ou sem saber como funciona uma redação de jornal, nome dos editores ou acesso direto aos donos das empresas com um telefonema, a campanha economizou em dinheiro e perdeu em qualidade e profissionalismo.

 

Mas o que começa ruim não pode acabar bem.  Na segunda-feira os dois candidatos poderiam ter reunido a imprensa para agradecer e comentar a campanha e suas dificuldades, principalmente porque o tom da nota de apoio do PSDB e DEM eram diferentes dos seus posicionamentos – os dois não deram apoio a G40. Mas o que fizeram?   Preferiam viajar e soltar uma lacônica nota nos jornais, enquanto a cúpula dos dois partidos se apressava em manifestar apoio ao candidato do PSB. O eleitorado dos dois merecia mais.

 

Qualquer jornalista com prestígio na função de assessor diria que essa posição seria muito deselegante com a imprensa e com seus eleitores e “bateria o pé” convencendo-os para a coletiva que marcaria os dois como símbolos da “resistência” a hegemonia do PSB.

 

Em síntese, contratar como assessor, quem já faz parte do seu gabinete, só  irá fazer com que o mesmo diga “amém” ao “chefe” por conta do medo do desemprego. E receber “amém” e “sim, senhor” de  assessores é tudo que um bom candidato não precisa. Candidato tem que “pagar” pessoas para dizerem “não” e mostrar o “outro lado”. Claro que a decisão final é do próprio candidato, mas essa função é básica em qualquer campanha política que se preze.

 

12) A FALTA QUE UM GRUPO FAZ

 

Para se tornar uma força política, principalmente num Estado complicado como o nosso, é preciso ouvir as pessoas, agregar intelectuais, fazer parcerias com a sociedade civil organizada, renovar e ampliar os espaços para que mais gente se sinta integrada à campanha.

 

E, se sentindo “importante”, também participe ativamente dela.  A “velha” e a “nova” geração poderia ter se engajado mais na campanha dos dois candidatos. Eles eram, sim, considerados os melhores e nem precisamos alinhar os motivos dessa constatação por aqui, pois todos sabem a qualidade de Daniel e de Priscila.

 

Conheço e, só não cito por uma questão de ética, dezenas de pessoas, alguns dos quais profissionais competentes, que poderiam ter contribuído e muito para a campanha, mas que  não foram chamados para nada. Pior: nem um telefonema receberam com um “muito obrigado”.

 

Se Priscila Krause imagina que um dia pode se eleger pelo DEM para um cargo majoritário com apenas os votos do seu “grupo político”, esqueça, deputada. Se Daniel Coelho imaginou que poderia ser o prefeito sem ampliar o leque de partidos em torno de si, e ter agregado mais gente que “pensa” a sua campanha, fez uma escolha equivocada. À guia de provocação, fui ouvir um veterano cientista político sobre o assunto, e ele me respondeu com uma pergunta: “Que grupo, Ricardo? Daniel e Priscila não têm grupos. O grupo deles é composto apenas de suas próprias famílias”, respondeu.

 

Provocado a lhe dizer  qual vereador o candidato que teve 162 mil votos “elegeu” e qual o “sucessor” que a candidata que teve 50 mil votos deixou na Câmara Municipal, a resposta que encontrei na minha rápida pesquisa  foi a mesma: nenhum, ninguém. Meu interlocutor saiu sorrindo como a me dizer: “Eu não disse”? Um pequeno  detalhe que ninguém comentou, mas que revela muito da “tradicional” família pernambucana. Melhor dizendo: da “tradicional” política pernambucana.

 

O OUTRO LADO

 

O blog procurou os dois maiores mentores e torcedores das candidaturas de Daniel Coelho e de Priscila Krause.  Aos 60 anos, João Coelho, por muito pouco não sentou na cadeira de prefeito em 1988, e foi o deputado estadual mais votado de Pernambuco na década de 1990.

Desistiu da política, se tornou um empresário vencedor, mas o sangue da política corre nas veias. Aos 72 anos, Gustavo Krause foi tudo. De prefeito a governador, passando por ministro, é um dos maiores políticos dos anos 1980 e, como Joca, também um exímio pensador dos meandros, articulações e estratégias políticas.

Ao blog, João Coelho disse que Daniel não perdeu. “Pelo contrário, será o deputado federal campeão de votos em 2018”. Krause comentou que a candidatura de Priscila foi uma “construção política e um suspiro no DEM, até porque time que não joga não tem torcida”.

Com o respeito e carinho que o blog e esse missivista têm pelos dois estrategistas , não podemos deixar de colocar as coisas sem o lado passional. Depois de jurar  que Daniel seria prefeito do Recife,  por duas vezes seguidas, as previsões de João Coelho estão bem comprometidas no quesito “prognósticos políticos”.

As afirmações do ex-governador de que  “time que não joga não tem torcida”  também vão no mesmo sentido e não têm qualquer efeito prático. No DEM, Priscila Krause não tem a menor chance de ser mais que deputada, e, peço vênia ao  governador:  Com 37 segundos de guia eleitoral, a tática foi mais para suicídio mesmo. Se Priscila não saiu menor do que entrou, não saiu, da mesma forma, maior.

Melhor seria um discurso de Daniel, com ela na vice, dizendo que faria um mandato só e que, depois, se o povo apoiasse sua administração, ele abdicaria da reeleição e lançaria Priscila Krause como sua sucessora, para continuar a gestão. Isso, sim, seria uma previsão mais acertada e um bom jogo para o eleitor, cansado do PSB e do PT. Ao não perceberem o tamanho do “gigante” que, bem ou mal,  sobrevive ao desaparecimento de Eduardo Campos, e tem o Governo Estadual e a Prefeitura do Recife, Daniel e Priscila subestimaram a força da classe média e sua força de colocar no poder novos atores. Esse foi o recado de todo o Brasil que somente os dois não entenderam.

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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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