Com informações do Jornal O Globo
BUENOS AIRES – Em um anúncio surpresa, a senadora e ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner anunciou em redes sociais que concorrerá a vice-presidente da Argentina. Cristina era cotada para liderar a chapa, inclusive tendo aparecido em primeiro lugar em pesquisas. Segundo ela, Alberto Fernandéz, que foi chefe de gabinete de seu marido, Nestor Kirchner, quando este foi presidente, será o cabeça.
— Pedi a Alberto Fernandez que chefie a chapa que vamos integrar: ele como candidato a presidente e eu como candidata a vice das próximas eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias — anunciou a ex-presidente em um vídeo em suas redes sociais.
Cristina justificou a decisão como “a melhor para o povo argentino neste momento”:
— A situação do povo e do país é dramática. Estou convencida que esta chapaé a que melhor expressa o que a Argentina precisa neste momento para convocar os mais amplos setores políticos e sociais.
Cristina comunicou a decisão ao ex-chefe de gabinete na tarde de quarta-feira, em seu apartamento em Recoleta. Neste domingo, Fernández viaja à província de Santa Cruz, para participar de uma campanha junto com a governadora Alicia Kirchner. Na terça-feira, ele acompanhará Cristina aos tribunais, no início da primeira sessão de um julgamento contra a ex-presidente por acusações de corrupção.
— Conheço Alberto há mais de 20 anos. Também tive diferenças com ele. Isto é verdade, assim como é verdade que ele era chefe de gabinete de Nestor ao longo de sua Presidência, e que os vi decidir, organizar, acordar e procurar sempre ampliar o governo — afirmou.
Por diversas vezes, o presidente Jair Bolsonaro manifestou preocupação com a eleição de Cristina Kirchner. A volta dela ao poder, segundo ele, poderia transformar o país em uma Venezuela. Bolsonaro pediu “paciência” diante do desempenho insatisfatório do presidente Maurício Macri, que poderá tentar a reeleição.
Segundo Bolsonaro, a volta de Kirchner foi um dos principais assuntos em seu encontro com o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.
— Na Argentina há a possibilidade de voltar a senhora ex-presidente e, em voltando, nós podemos correr o risco de, apesar de a economia deles não estar indo bem e o populismo voltar àquele local, nós termos uma nova Venezuela no sul da América do Sul — disse o presidente a repórteres após o encontro. — Sabemos da dificuldade da Venezuela voltar à normalidade. Mas, mais importante do que fazer um gol é evitar outro, e esse gol contra seria a Argentina voltando para as mãos da Kirchner.







