Por Ricardo Antunes
Agora é oficial. O ex-governador, ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque (PPS) é o novo pré-candidato a Presidente da República. “Quero ser, estou disposto e o momento exige”, confirmou ele ao nosso blog antes de viajar aos EUA onde fará uma conferencia sobre Educação. O senador confirmou que, em Dezembro, tira licença do mandato por 4 meses e vai percorrer o país em palestras e debates. “Vamos ouvir as pessoas e conversar sobre os caminhos para o novo Brasil”, completou o senador que não terá vida fácil. O presidente do PPS, Roberto Freire, surpreendeu todo mundo e está articulando a candidatura do apresentador da Globo, Luciano Huck. O fato tem provocado mal estar e um “racha” na legenda.
A diferença é abissal mas é isso que se transformou a nossa política. O vale tudo para o poder. O blog do jornalista Ricardo Noblat trouxe uma entrevista sobre a disposição do senador em disputar a presidência. Ele já tinha sido candidato em 2010 contra o próprio Lula de quem foi ministro e depois rompeu para ser um dos principais críticos do petismo e de sua degradação moral como partido. Veja os principais trechos da entrevista:
O Presidente do seu partido, o deputado Roberto Freire (SP), disse que o senhor não tem voto para ser candidato à presidência da República?
Não vejo nenhum candidato que, hoje, tenha votos, salvo Lula e Bolsonaro que estão à frente das pesquisas. Os dois, que representam extremos, justificam a minha disposição para ser candidato. Bolsonaro tem saudades do autoritarismo. Lula, do populismo. São extremos antiquados, obsoletos.
Outro dia o senhor disse que não seria o João Doria de Roberto Freire…
Se Roberto for candidato a presidente pelo PPS, eu não serei. Ele tem uma cabeça moderna, pensa bem o país e acumula larga experiência política.
Mas a oposição dele ao seu nome não o inibe?
Não. Como posso desde já ter votos para presidente se é a primeira vez que digo com todas as letras que quero ser candidato? Fui candidato a presidente em 2006. Disputei com Lula no auge dele, com Geraldo Alckmin no auge do PSDB, e com Heloísa Helena no auge do charme da esquerda. Mesmo assim tive 2.5% dos votos.
O apresentador de televisão Luciano Huck pode entrar no PPS para ser candidato à sucessão de Temer?
A eventual entrada dele seria positiva para meu partido. Luciano goza de muita simpatia na opinião pública. Mas não estou convencido de que ele seria uma boa alternativa como candidato. Porque eu me pergunto: ‘Como seriam os primeiros dias de um governo Luciano Huck?’. O próximo presidente será o primeiro do terceiro centenário da nossa independência. Como que a gente vai construir uma economia eficiente? Uma educação eficiente e mais justa que não desperdice nenhum cérebro, nem de rico nem de pobre? O cérebro é o poço de petróleo do futuro. Não vejo ainda o Hulk apresentando propostas nesse sentido.







