EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho – “Eu fiz merda lá, boy. Fiz uma corrida com um policial e aí ele fez merda e estou sendo acusado por isso”. O desabafo foi feito a um irmão por Eduardo Oliveira da Silva, conhecido por Eduardo Toupeira, 22 anos, preso juntamente com o policial militar João Gabriel Tenório Ferreira pelo assassinato da ex-namorada do PM, Maria Clara Adolfo de Souza, 21 anos, grávida de quase quatro meses, em 24 de julho último. Ele dirigia a motocicleta usada pelo PM para matar a técnica de enfermagem.
O inquérito policial que apurou o feminicídio informa que Eduardo Toupeira é mototaxista em Jaboatão dos Guararapes, onde ocorreu o crime. Revela que, depois do assassinato, Eduardo se refugiou, junto com a esposa, na casa de parentes, primeiro em Bezerros, depois em Caruaru, no Agreste, onde passou a morar, no bairro do Vassoural. Foi preso lá e está trancafiado no Cotel, em Abreu Lima, na região metropolitana do Recife. Sua moto, uma Honda vermelha modelo CG 160 Start, foi comprada pela mãe.
Num telefonema recebido de um colega do ponto de mototaxi em Jaboatão dos Guararapes, descreve o inquérito, Eduardo disse que entrou “de gaiato” no assassinato. Apesar destas alegações, foi denunciado pelo Ministério Público por feminicídio e crime hediondo, podendo ser punido com pena de até 30 anos de reclusão.
É a mesma penalidade que o Ministério Público propôs para o PM João Gabriel Tenório Ferreira, acrescida do crime de furto, porque, após desferir 11 tiros em Maria Clara com uma pistola Taurus 9mm emprestada por uma colega policial militar, conforme detalhes que o Blog acaba de divulgar com exclusividade, João Gabriel levou o celular da ex-namorada.
Um mês antes do feminicídio, o policial militar havia tentado envenená-la com chumbinho num pote de açaí que lhe ofereceu num encontro na casa dela, para voltar a pedir que abortasse, como informou o Blog, também com exclusividade, em 11 de setembro último.
“Torna-se evidente a torpeza das condutas delitivas, visto que motivadas pelo fato de a vítima se recusar a abortar o filho que estava esperando do denunciado João Gabriel Tenório Ferreira, o qual estava noivo de outra pessoa e não desejava a criança”, descreve a denúncia do Ministério Público ao juiz Adelson Freitas de Andrade Junior, da 1ª Vara do Júri de Jaboatão dos Guararapes.
Como o Blog já divulgou, o juiz acatou a denúncia do Ministério Público e decretou na última sexta-feira (27) a prisão preventiva do PM e de Eduardo Toupeira. João Gabriel cumpria, desde 1º de agosto, prisão temporária no Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.