Do UOL — O debate com os candidatos à Presidência, na noite deste domingo (16), foi marcado, até este início de noite, por convidado surpresa, separação de torcidas e ausência de aperto de mão, ao menos no início do evento, entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento foi promovido por UOL, Band, Folha e TV Cultura.
ELEIÇÕES 2022
Convidado surpresa e separação de torcida: os bastidores do debate
16.out.2022 – Sergio Moro e Bolsonaro conversam antes do debate UOL/Band – Reinaldo Canato/UOL
16.out.2022 – Sergio Moro e Bolsonaro conversam antes do debate UOL/Band
Imagem: Reinaldo Canato/UOL
Do UOL, em São Paulo, Brasília e no Rio*
16/10/2022 20h45
Atualizada em 16/10/2022 20h53
O debate com os candidatos à Presidência, na noite deste domingo (16), foi marcado, até este início de noite, por convidado surpresa, separação de torcidas e ausência de aperto de mão, ao menos no início do evento, entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento foi promovido por UOL, Band, Folha e TV Cultura.
AO VIVO: assista ao debate Band/UOL/Cultura/Folha entre Lula e Bolsonaro
Surpresa! A presença do ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União-PR) na plateia de Bolsonaro causou alvoroço entre os petistas. Nos bastidores, foi uma surpresa até entre convidados do presidente.
O grupo não esperava presença do ex-ministro que havia rompido com o presidente e voltou a se aproximar às vésperas do primeiro turno.
“É um escárnio, a demonstração que ele não tem um pingo de autoestima. Prestou serviço a Bolsonaro como ministro e presta de novo”, provocou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, integrante da comitiva petista.
Moro rompeu com Bolsonaro quando pediu para deixar o Ministério da Justiça em abril de 2020, quando o acusou de tentar interferir na Polícia Federal.
Cada um no seu quadrado. Depois da discussão no primeiro debate entre os deputados eleitos André Janones (Avante-MG) e Ricardo Salles (PL-SP), grades, seguranças e até vasos com plantas foram colocados para separar os convidados de cada um dos candidatos. Mas a verdade é que o espaço não foi muito prestigiado. Havia mais jornalistas do que convidados dos candidatos.
Cercadinho. A deputada eleita Marina Silva (Rede-SP) lamentou a grade que separa convidados. Ela afirmou que a distância imposta entre os dois grupos é uma metáfora para o que Bolsonaro representa no país. “Infelizmente o Bolsonaro impõe um cercadinho do Palácio da Alvorada, adoram essa história de cercado, é um país que ele acha que pode colocar num cercadinho”, disse ela ao UOL. “É a metáfora concreta de uma visão autoritária antidemocrática de desrespeito à sociedade, aos jornalistas. Hoje temos a democracia sitiada”, acrescentou Marina.
Sem aperto de mão. Bolsonaro chegou com uma comitiva de oito carros ao estúdio e, ao entrar, não cumprimentou Lula que já estava no palco nesse momento.
Tons de ironia. Como adiantado pelo UOL, Lula está usando ironia no debate, como a risada que deu no primeiro bloco, quando Bolsonaro falou em “cervejinha e churrasquinho”. Na avaliação da equipe, a estratégia tem dois pontos fortes: passa a sensação de segurança e de levar na esportiva e, de quebra, irrita o adversário. Nesse ponto, dizem os petistas, Bolsonaro, com pavio ainda mais curto que o de Lula, pode ser uma presa fácil.
Morno. A resposta de Lula a Bolsonaro sobre fake news, provocando Bolsonaro, trouxe as primeiras reações dos convidados -mesmo que tímidas. “Você sabe quem é especialista em fake news”, disse Lula, trazendo breve aplauso do lado petista e um “vagabundo” do lado bolsonarista. Diferentemente no primeiro turno, o lounge de convidados tem poucos convidados dos dois lados, com presença maior de jornalistas e seguranças.
Quem matou? O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) comemorou resposta de Lula quando ele respondeu sobre crime organizado, afirmando que Bolsonaro tem relações com a milícia que matou a vereadora Marielle Franco (PSOL). Do lounge reservado aos convidados, Boulos soltou “aê” em voz alta, em tom de comemoração.
Após o primeiro bloco, Marina comentou a atuação de Bolsonaro na transposição do rio São Francisco. “Ele entra mesmo como engenheiro de obra pronta. O processo talvez mais complexo fosse o licenciamento ambiental [feito no governo Lula]”.
Vai uma pastilha? Em diversos momentos do debate, Bolsonaro tossiu. Aconteceu nas suas respostas e enquanto Lula falava. O presidente está com problemas na voz desde a metade da semana. Na quarta-feira (12), durante a visita a Basílica Nacional de Aparecida, ele não deu coletiva e se limitou a uma rápida entrevista com menos de dois minutos à TV Aparecida em que ficou claro que estava afônico. Bolsonaro está com uma agenda de campanha bastante intensa. Ontem, por exemplo, ele participou de atividades eleitorais em três estados: Piauí, Maranhão e Ceará.







