Por Ricardo Antunes — O empresário Thiago Vieira, que deixou o País e foi denunciado por agredir uma mulher numa academia em São Paulo, ganhou mais um problema para administrar. A Justiça de São Paulo reabriu, a pedido do Ministério Público Estadual, uma denúncia contra o rapaz por suposto estupro e cárcere privado. Além disso, o rapaz vem sendo lembrado por envolvido em outro famoso caso ocorrido há duas décadas, em Pernambuco.
Trata-se do “Caso Serrambi”, no qual duas adolescentes (Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão) foram assassinadas, em 2003. Os corpos foram encontrados em estado de putrefação pelo pai de uma delas.
Os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira, 52 anos, e Valfrido Lira da Silva, 53, foram acusados, chegaram a ser presos. O último recurso de apelação junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, foi julgado em 2018, favorecendo os dois suspeitos de assassinar as estudantes, que tinham, 16 e 17 anos, na época. O caso foi encerrado.
Procurado pelo Blog o advogado dos Kombeiros, Bruno Santos, reafirmou categoricamente a inocência dos seus clientes, o que foi confirmado em plenário do júri e, em seguida, confirmado, por unanimidade, pelo TJPE e mais adiante pelo STJ. “Foi um caso muito complicado e até hoje eu lamento que investigação não tenha revelado os verdadeiros culpados”, disse ele.

À época identificado como Thiago Antônio Fernandes Vieira, o empresário prestou depoimento em 2006, junto com seu irmão, Bruno Luiz, a respeito do caso. Ambos foram convocados a prestar explicações sobre um apartamento em Boa Viagem, que teria sido arrombado um mês após o assassinato das jovens. Os irmãos eram atendidos pelo advogado Ademar Rigueira, que acusou o então promotor do caso, Miguel Sales, de estar difamando seus clientes.
Até hoje se diz que o caso foi “abafado” pelo fato dos jovens, que estavam na casa de praia, serem de famílias com poder e prestígio político. Em uma página do Facebook ,Thiago Brennand chegou a se manifestar. “Até hoje sou vítima de um boato sobre um fato que nunca aconteceu”, escreveu ele.
Curiosamente, o depoimento de Thiago chegou a ser remarcado, já que o mesmo estava fora do País na ocasião, assim como ocorreu agora. O caso de agressão na academia vem sendo noticiado pela TV Globo, e mesmo com toda a repercussão, Thiago conseguiu deixar o País na madrugada do último domingo (4), informação que o Blog deu em primeiríssima mão. Também foi aqui que foi revelado que o empresário acrescentou o sobrenome Brennand somente em 2020, já que nunca foi seu nome de batismo, e a referência irritou a tradicional família pernambucana. Dizem que o rapaz passou a usar a alcunha apenas por ostentação.

No programa global “Fantástico” da semana passada, foram exibidas novas denúncias contra Thiago “Brennand”, com uma mulher que o acusou de estupro e de tê-la obrigado a fazer uma tatuagem com as iniciais do acusado. Também foi apresentado um funcionário que teria sido agredido pelo empresário por ter passado “rápido demais” em frente à sua residência.
Jason Vieira, primo de Thiago, que está tratando um câncer também era alvo de piadas difamatórias por parte do empresário, que o apelidava de “cancinho”. Ele recebeu coroas de flores e um caixão enviados por Thiago, mas nunca ligou para as ameaças. ” Ele vai pagar por tudo que fez”, disse Jason Vieira ao nosso Blog.