Da Redação do Blog — Quatro secretários do ministro Paulo Guedes decidiram pedir demissão nesta quinta (21). São eles: Bruno Funchal, secretário especial de Tesouro e Orçamento, Gildenora Batista Dantas Milhomem, secretária especial adjunta de Tesouro e Orçamento, Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional, e Rafael Araújo, secretário-adjunto do Tesouro Nacional. Os quatro alegaram questões de ordem pessoal, mas nos bastidores, todo mundo sabe que o principal motivo foi o descontentamento com o Governo, que decidiu furar o teto de gastos, para bancar o Auxílio Brasil.
O auxílio, pode vir em boa hora para milhões de brasileiros, que estão sofrendo com a fome e o desemprego. Porém, a medida tem sido criticada por prejudicar as contas públicas, e por pressionar a inflação. O governo espera garantir um espaço fiscal de R$ 83 bilhões com a aprovação da proposta para bancar o Auxílio Brasil. Desse total, R$ 44 bilhões vem da decisão de adiar o pagamento das sentenças judiciais. Os outros R$ 39 bilhões de folga orçamentária serão garantidos com a mudança do período acumulado de inflação usado para corrigir o teto de gastos.
A norma em vigor determina que a despesa de cada ano deve se limitar à do ano anterior, corrigida pela inflação acumulada entre julho e junho. Pela proposta de Hugo Motta, a regra levará em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado entre janeiro e dezembro. A medida é uma vitória da ala política contra a equipe econômica, que era contra essa mudança.
Apesar das críticas, o Planalto, de olho em 2022, não abre mão das medidas.