Por Ricardo Antunes — A colunista Denise Rothenburg, veterana e competente jornalista da cobertura política em Brasília, descobriu as digitais: foi o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa, PT de carteirinha, ex-governador da Bahia por dois mandatos, quem propôs a emenda que muda a regra da correção dos recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Este blog tem acompanhado de perto o caso.
A mudança, que não constava no texto original do projeto de lei complementar das novas regras fiscais, foi feita pelo relator do projeto na Câmara, deputado Cláudio Cajado, do PP, baiano como Rui Costa – e aí não existe mera coincidência.
Na sua lida coluna Brasília-DF de hoje, no Correio Braziliense, Denise revela que Rui Costa comentou por diversas vezes, com parlamentares, que o FCDF era “uma vergonha”. Chegou a dizer, em uma ocasião, que a Bahia usaria bem melhor os recursos se tivesse um fundo como o FCDF.
A mudança, que implica numa perda de R$ 87 bilhões em dez anos para o Distrito Federal, segundo estimativa do governo local, tem mobilizado todas as lideranças políticas de Brasília, que contam com a adesão até do ex-presidente José Sarney.
Em tempo: há sinais de que o relator do projeto do arcabouço fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), devidamente visitado pelas forças políticas do DF, deve atender ao clamor dos brasilienses e riscar do texto a emenda de Cajado.
ATÉ QUE ENFIM
O GSI abriu uma sindicância para investigar a agressão à jornalista Delis Ortiz durante a entrevista de Nicolás Maduro. Além de colher depoimentos, o órgão analisará as imagens disponíveis para verificar se houve transgressão disciplinar ou crime. A apuração pode levar a procedimentos em outros órgãos. É crucial que a investigação seja conduzida de maneira imparcial e eficiente, garantindo a proteção dos jornalistas e a responsabilização dos envolvidos.

MEDIDAS
Além de depoimentos, serão analisadas as imagens disponíveis. A investigação visa esclarecer o contexto da agressão e determinar se houve acionamento de militares para conter jornalistas. Caso sejam identificados indícios de transgressão disciplinar ou crime, é fundamental que sejam tomadas medidas adequadas e que a apuração se estenda a outros órgãos, se necessário, para garantir a integridade e a liberdade de imprensa.
CADA UM, CADA UM
Em entrevista ao Estúdio i, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse não se sentir atingido ou pressionado pela operação da Polícia Federal desta quinta-feira (1º) que teve como um dos alvos um ex-assessor do parlamentar. “Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas, e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse Lira.
NA MIRA
Um dos alvos é Luciano Ferreira Cavalcante, que foi nomeado assessor da liderança do PP na Câmara dos Deputados em 2017, quando o cargo era exercido por Lira. Antes, Cavalcante foi funcionário do pai de Lira, o ex-senador Benedito de Lira (PP-AL). O presidente da Câmara argumentou, ainda, sem detalhar, que decisões da Justiça Federal definiram que não houve sobrepreço ou superfaturamento na investigação, mas que não podia emitir juízo de valor.

DINNER
Após a confirmação de sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin se reuniu em um jantar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Davi Alcolumbre, e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O encontro, realizado na residência oficial do Senado, em Brasília, teve como principal pauta os desafios que Zanin enfrentará ao assumir o cargo.
PRÓXIMOS PASSOS
Agora, Zanin passará pelo processo de sabatina no Senado para que sua nomeação seja confirmada. Os ministros do STF já tinham conhecimento sobre a indicação há uma semana, sendo informados durante um almoço que contou com Alexandre de Moraes na semana anterior.
INVESTIGAÇÃO
A delegada Morgana Alves, da Polícia Civil de Pernambuco, afirmou que as investigações sobre a denúncia de estupro contra o padre Airton Freire e o motorista Jailson Leonardo da Silva estão “maduras e robustas”. Segundo ela 22 pessoas prestaram depoimentos sobre o caso.
O OUTRO LADO
O Padre Airton Freire de Lima, criador da Fundação Terra, disse que se sentiu “injustiçado” pela acusação de estupro feita pela personal stylist Silvia Tavares de Souza, que disse ter sido abusada pelo motorista do religioso, Jailson Leonardo da Silva, a mando do religioso. Em comunicado aos fiéis, ele afirmou que “jamais cometeu” os “atos ilícitos” pelos quais foi denunciado.

INVESTIMENTO
A governadora Raquel Lyra lança, nesta sexta-feira (2), o Juntos pela Educação, o maior programa de investimento na rede de ensino pública da história do Estado. Com R$ 5,5 bilhões de aporte em quatro anos, a iniciativa contempla uma série de ações para garantir o desenvolvimento da educação em todo o Estado, incluindo fortalecimento da relação do Estado com municípios, construção de creches, mais investimentos e eficiência na merenda (segurança alimentar) e atenção às pessoas com deficiência, num conjunto de ações divididas em seis eixos que serão detalhadas no lançamento. No evento, já serão apresentados dezenas de novos ônibus escolares prontos para uso nos municípios.
COLET NEA
Acaba de ser publicado pela Editora Dialética, em coedição com o Jornal Estado de Direito, o primeiro volume de Lido para Você. Direito, Cinema e Literatura, coletânea de textos da Coluna de José Geraldo de Sousa Junior. O primeiro lançamento da obra está programado para segunda-feira 05 de junho, às 16h30, no Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB (evento virtual), dentro do projeto Saindo do Prelo. O evento será transmitido pela TVIAB.
FOTO DO DIA
