Por Luiz de França – A atual gestão do Santa Cruz é um misto de oportunismo, falta de identidade com as tradições do clube e – pasmem – biguzeiros. Os típicos caroneiros.O alardeado processo de modernização do quadro social e do conselho já vinha sendo gestado há pelo menos 02 anos.
O clube está de fato « aberto » a todos. Eu mesmo de ex conselheiro me tornei conselheiro colaborador. Falo, reclamo, contribuo mas não voto.
A eleição da atual diretoria mostra o fracasso do Santa enquanto instituição. Um clube do tamanho do Santa Cruz eleger um presidente com menos de 450 votos, norteia o tamanho da tragédia. Que somente seria remida com a convocação de todos.
Mas o discurso desde o começo foi de caça às bruxas. Desmancharam um plantel inteiro, por conta de um resultado. O ano de 2020, teve um campeonato tomado por um erro da arbitragem (gol de Jeremias legal contra o Salgueiro) e por um ponto o acesso série B. Ainda bem que não subimos. Seria agora uma catástrofe pior do que a se avizinha.
O presidente afastou jogadores, despediu um técnico que fez um bom trabalho e que tem identidade com o clube para – sem qualquer critério – contratar em 06 meses – 04 treinadores e 40 jogadores. Todos vínculos a ex jogadores – hoje empresários – que não colocam um tostão no clube – mas sabem como ninguém oferecer jogadores de sua carteira.
O clube está entregue. À semelhança da gestão desastrada de Edson Nogueira – o atual mandatário se cerca de amigos e pessoas que já tiveram seu tempo no Arruda, mas que não acrescentam mais nada. Nem em conteúdo e nem em estratégia.
Somente uma intervenção de todas as correntes exiladas do Arruda pode – eventualmente nos salvar da série D e do fechamento. À exemplo de Portuguesa de Desportos, América do RJ, America do Recife. Aliás, o Atual presidente do Santa Cruz, contribuiu decisivamente para o quase leilão da sede do América, quando por lá passou, salvo engano como presidente ou diretor do América.
Um profissional do agenciamento de jogadores. Sem qualquer compromisso com o clube. A ele, como homem de negócios, há
Uma saída honrada. A renúncia. E a convocação imediata de eleições e uma diretoria de notáveis, composta pelos últimos 04 presidentes e com uma nova presidência do conselho que seja capaz de – em regime permanente – criar mecanismos de arrecadação mensal de todos os conselheiros – unindo – e trazendo de volta com voz e voto – os tricolores que fizeram do Santa o que ele já foi.
Se estava ruim, agora está caótico. Num tempo de série B com 07 clubes ex série A, o Santa Cruz caminha a passos legos para o seu fechamento. Sem harmonia, sem interface com a torcida e – sobretudo – sem a convivência com os contrários – para somar forças e juntar todos. Como assim o foi na sua fundação e em memória de tantos tricolores que lutaram e deram parte de suas energias
por este ideal.
Não há tempo a perder. E nem com filigranas regimentais que cuidem do afastamento. Ou ele sai, o Santa Cruz desaparecerá, deixando um hiato na história do futebol do nordeste do Brasil.
Essa causa é de todos os desportistas de Pernambuco. Não tem cores.
Se o Santa Cruz devia algo ao atual presidente, pagou com a sua eleição. É ora d’ele devolver enquanto o clube suporta, o Santa Cruz aos verdadeiros tricolores.
Luiz de França é advogado, conselheiro e o autor da nota. Que pediu para ser divulgada nas redes.