Por Ricardo Antunes — Um dos gestos mais vergonhosos da história da política pernambucana está sendo registrado, hoje, na eleição do novo presidente do Senado. Fernando Dueire, suplente que assumiu o mandato após a licença do titular Jarbas Vasconcelos, anunciou que votará no ex-ministro de Bolsonaro, Rogério Marinho. Rasgando a história e vinculando uma das últimas referências do MDB autêntico à extrema-direita a qual Jarbas sempre combateu.
Dueire tomou posse em dezembro. Fiel escudeiro de Jarbas enquanto governador de Pernambuco, ele foi escolhido para a primeira suplência em 2018, ano que o emedebista foi eleito. Dueire acompanhou a postura aguerrida de Jarbas e sabe como poucos de seu combate à ditadura militar. O anúncio do voto, portanto, surpreendeu a base jarbista. Não apenas isso, envergonhou a todos pelo desrespeito e desonestidade com o legado do senador.
A licença de Jarbas vencerá em março, mas pode ser prorrogada por mais tempo, por questões de saúde. A postura do suplente causou ansiedade e urgência pelo retorno do ex-governador, embora muita gente acredite que ele não volte mais com o agravamento de sua saúde.
De toda forma, a história política de Jarbas Vasconcelos não merecia isso e, em Pernambuco, a revolta é muito grande. Dueire deve sua vida pública a Jarbas Vasconcelos, embora tenha começado com o ex senador José Jorge (PFL) a quem, pouco depois que foi indicado para a CBTU, também traiu.
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