Do UOL — O Instituto Butantan anunciará amanhã o dado de eficácia geral da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil pelo instituto paulista. A divulgação de novos dados da fase 3 dos testes do imunizante foi confirmada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e pelo secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, em entrevistas concedidas na manhã de hoje.
“O Butantan realizará amanhã [terça-feira] mais uma apresentação específica sobre a vacina, com dados complementares, às 12h45. Dimas [Covas, presidente do Instituto Butantan] e outros cientistas vão discorrer sobre esse assunto. É tema da ciência, não da política”, disse Doria em entrevista à Rádio CBN.
Jean Gorinchteyn, por sua vez, explicou em entrevista à GloboNews a importância do resultado sobre a eficácia geral. “Esses dados que chamamos de eficácia global estão em posse do Butantan e da Anvisa, e dessa maneira saberemos todos amanhã essas informações que são de fundamental importância para que possamos inserir nas propostas da campanha (de vacinação), trazendo à tona essa qualidade de informações”, disse.

O Instituto apresentou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na última sexta-feira (8), o pedido de uso emergencial da CoronaVac, mas no dia seguinte, o órgão federal cobrou a submissão de mais dados e informações sobre o imunizante. O prazo previsto pela Anvisa para conceder ou não o registro de emergência é de dez dias.
Na última quinta-feira (7), Doria, ao lado de Dimas Covas, anunciou em entrevista que a vacina tinha eficácia de 78% a 100% contra o coronavírus em desfechos secundários e que foi 100% eficaz na prevenção de casos graves e moderados de covid-19.
Porém, pesquisadores e especialistas criticaram uma falta de transparência do governo e cobraram mais dados, principalmente a eficácia geral do imunizante, que consiste na comparação do número de “eventos” (pessoas doentes) nos grupos vacinado e placebo. Ou seja, em uma vacina com 65% de índice – como apontado hoje em testes da CoronaVac na Indonésia -, levando e conta um grupo de 100 pessoas que receberam o imunizante, 65 ficaram protegidas contra a doença. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda uma taxa mínima de 50% de eficácia.