Por Ricardo Novelino — Com pouco mais de seis meses de governo, vem aí o que promete ser, até agora, o grande desafio para a gestão de Raquel Lyra (PSDB). Encarar uma greve de professores. Pois bem. Nesta quarta (5), a categoria decretou paralisação, o que tem tudo para apimentar um processo eleitoral já antecipado.
Com forte presença de partidos da esquerda, o sindicato dos docentes, o Sintepe, também tem todas as ferramentas para fazer muito barulho e tentar desgastar a imagem da tucana, que deverá comandar seu grupo da sucessão de João Campos (PSB). Lembrando que o atual prefeito conta com indicados de caciques do PT na gestão municipal e espera ter o apoio petista e da parte mais esquerdista da política local no pleito de 2024.

A reunião que terminou com a decretação da greve dos professores foi realizada no fim da manhã, no Recife. A proposta de paralisação, por tempo indeterminado, teve adesão de cerca de 1,2 mil trabalhadores em educação presentes. O Sintepe disse que mais de 1 mil trabalhadores acompanharam pelas redes sociais.
A deflagração será no dia 25 de julho, o primeiro dia do retorno dos trabalhadores em educação às aulas, após o recesso de julho. A categoria cobra o plano de cargos e carreira e se diz em luta pela defesa do piso salarial do magistério e da valorização e da escola pública.
O Sindicato reivindica, ainda, um reajuste de 14,95% para todos os servidores da Secretaria de Educação de Pernambuco: professores, analistas educacionais e assistentes administrativos. O índice é referenciado na atualização do Piso Salarial Nacional do Magistério, corrigido todo ano por lei federal.
Para quem não lembra ou não tinha idade na época, vale lembrar que greve de professor faz muito barulho. Ainda mais em tempos de redes sociais. A categoria tem experiência em passeatas e em bombardear governadores “adversários”.