O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interrompeu por cerca de 20 minutos o passeio de moto pelo estado de São Paulo para interagir com seguidores na pista da Rodovia dos Bandeirantes. A parada provocou aglomeração de motociclistas, que gritavam em apoio ao presidente. No momento em que apoiadores começaram a xingar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), Bolsonaro reagiu com gestos com as mãos, como se regesse o coro.
Durante a parada, Bolsonaro ainda subiu na moto, balançou uma bandeira do Brasil e chegou a se enrolar nela. Apoiadores também gritaram coros como “nossa bandeira jamais será vermelha”, “eu vim de graça” e “mito”.
A “motociata” hoje em apoio ao presidente em São Paulo registra aglomeração e desrespeito a medidas contra a pandemia do novo coronavírus. Sem usar máscara desde o início, Bolsonaro foi multado pelo governo paulista.
O evento, que reúne milhares de pessoas, também foi marcado pela aproximação de Bolsonaro com policiais militares —houve troca de abraços e registro de fotos—, além de um acidente entre motos.
Bolsonaro chegou ao ponto inicial da motociata pelas ruas de São Paulo por volta das 9h45 gerando aglomeração junto a apoiadores —a maioria também não utilizava máscara.
Pouco depois, em vídeo transmitido pelas redes sociais do presidente, Bolsonaro apareceu dialogando com policiais militares. O presidente abraçou um deles, que, segundo Bolsonaro, seria “quem mandava nessa bagunça”. Eles tiraram uma foto. Outros policiais também registraram a chegada do presidente com seus celulares.
Às 10h, a “motociata” em apoio a Bolsonaro começou, iniciado na região do Sambódromo, na zona norte, com encerramento previsto no parque do Ibirapuera, na zona sul. O trajeto tem cerca de 129 quilômetros de extensão. Motos deixaram a região do Sambódromo de maneira constante das 10h às 10h50.
Motoqueiros e ciclistas com bandeiras do Brasil amarradas aos veículos, além de manifestantes a pé, se aglomeraram na avenida Santos Dumont para recepcionar o presidente.
Vestindo uma jaqueta de motociclista bordada com seu retrato e um capacete em que estava escrito “presidente Bolsonaro”, ele acenou para os manifestantes quando chegou e saiu de moto na avenida Santos Dumont com um segurança em sua garupa, seguido por centenas de motociclistas. Apoiadores a pé e de bicicleta se aglomeraram para ver o presidente, gritando “mito”.
“Pessoal, começando nosso passeio de motocicleta. Muito obrigado pelo convite, pela liberdade, pela democracia e por Deus”, disse Bolsonaro, antes de começar o trajeto, em transmissão em suas redes sociais. Durante uma parada no trajeto da motociata, Bolsonaro disse que o ato demonstra “força e união”.
O filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), participou do evento com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O deputado e o ministro também foram multados por não ter utilizado máscara.
Na quarta-feira (9), o governador de São Paulo disse que Bolsonaro e quem não usasse máscara no ato de rua seria multado. O presidente reagiu dizendo que o governador se achava “doninho” de São Paulo.







