Por Luiz Roberto Marinho – Detido quando se apresentou à polícia, na manhã desta quarta-feira (5), por envolvimento no desvio estimado de R$ 6 milhões de emendas parlamentares da Câmara Municipal de Ipojuca, no Litoral Sul, o empresário Gilberto Claudino da Silva Junior responderá a processo pelos crimes de corrupção passiva, peculato, falsidade documental e lavagem de dinheiro. Se condenado, pode cumprir pena de reclusão de dois a 12 anos.
Ele é dono da Faculdade Novo Horizonte, em Ipojuca, que recebia os valores das emendas por cursos para a prefeitura não realizados, terceirizados pelo Instituto de Gestão em Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), cujo proprietário, Gerailton Almeida da Silva, continua foragido.
Gilberto Claudino da Silva Junior fugiu de sua residência, na Praia do Cupe, no Litoral Sul, por volta das 22h do dia 1º de outubro, um dia antes do cumprimento dos mandados de prisão da Operação Alvitre, que desbaratou a quadrilha dos desvios de emendas, prendendo até agora três envolvidos.
Foram detidas a advogada Edjane Silva Monteiro e a psicóloga Eva Lúcia Monteiro, irmã dela, dirigentes da ONG Rede Vhida, de Caruaru, no Agreste, e Maria Netania Vieira Dias, ex-conselheira tutelar de Ipojuca, suposta namorada de Gilberto Claudino.
“Empreendedor e ativista social”, denominava-se o empresário nas redes sociais. Sua Faculdade Novo Horizonte oferecia no Instagram cursos de graduação e pós-graduação em psicopedagogia, gestão escolar, educação Inclusiva, alfabetização e letramento e gestão de pessoas, com aulas flexíveis – duas vezes por mês, às segundas e terças-feiras, das 19h às 22h, ou um sábado inteiro por mês, das 8h às 17h. A faculdade tinha até coordenadora, Claudete Farias, mas não se sabe se é credenciada no Ministério da Educação.
Como já divulgou o blog, o site Econodata revela que Gilberto Claudino da Silva Junior é dono, também, de uma editora de livros, o Instituto Livro, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, e da empresa Gra7 Representações e Agenciamento, sediada em Campina Grande (PB).
O OUTRO LADO
Em nota divulgada pelo site g1PE, seus advogados afirmaram que a acusação é “injustificadamente atribuída” a Gilberto Claudino. Ressaltaram que ele, “daqui por diante, contribuirá com as investigações prestando depoimentos e apresentando documentos, dentre outros, sempre que solicitado a fazê-lo, tudo no intuito da busca da verdade, além de provar cabalmente sua inocência”.









