Por Bela Megale, de O Globo — Uma das frases que mais circulam nos grupos de Whatsapp de executivos da Faria Lima nesta sexta-feira (19) é: “Bolsonaro dilmou”. Em tom irônico, é assim que empresários e banqueiros estão se referindo à ameaça do governo federal de intervir na política de preços de combustíveis da Petrobras.
Hoje, Bolsonaro voltou a dizer que “terá, sim, mudança na estatal”. O presidente, no entanto, não diz exatamente que mudança será essa. Para o mercado, a transparência e a independência da política de preços da Petrobras é vista como “cláusula pétrea” no mundo dos negócios.
Os executivos entendem que a troca do comando geral da estatal, ato que pode ser feito pelo Conselho da empresa sob pressão de Bolsonaro, equivale, neste momento de turbulência, a uma interferência direta nesta política de preços, já que a missão de um eventual novo presidente seria mudar o modelo atual.
Sob a gestão da ex-presidente Dilma Roussef, a Petrobras mantinha os preços fixos, independentemente das oscilações no preço do combustível no mercado internacional. Esse foi um dos fatores que pesaram negativamente nos resultados financeiros da companhia por um bom tempo. Agora, Bolsonaro se rebela contra o comando da estatal, que segue na defesa de uma gestão independente de gestos políticos.







