Do G1 — A Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) divulgou nesta segunda-feira (3) que as companhias suspenderão suas operações no Brasil até o próximo dia 21. A decisão acontece um dia depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçar a “urgência” em acabar com temporada de cruzeiros após surtos de Covid em navios. A recomendação foi feita ao Ministério da Saúde.
A Anvisa suspendeu embarques em dois navios, no último domingo (MSC Splendida) e nesta segunda (Costa Diadema), em Santos (SP).
No Splendida, 78 pessoas testaram positivo e a embarcação atracou às pressas no Porto de Santos, no último dia 30 e os passageiros ficaram isolados em suas cabines. Uma nova viagem seria iniciada no último domingo, mas a Anvisa cancelou o embarque de cerca de 2 mil passageiros.
No Costa Diadema, houve 68 casos e o navio ficou atracado em Salvador, com 4 mil pessoas em quarentena desde o último dia do ano. Ele atracou em Santos nesta segunda e teve as próximas duas viagens canceladas pela Anvisa.

Outro navio da MSC, o Preziosa, teve 28 infectados, que desembarcaram no Rio, e foi liberado para seguir viagem no último domingo (3), após 8 horas de atraso do embarque.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma decisão “a nível de governo” está sendo tratada sob a coordenação do gabinete civil da Presidência da República, pelos ministérios da Saúde, da Infraestrutura e da Justiça.
“Nós tínhamos uma portaria que oferecia segurança para realização dos cruzeiros e previa situações como essa, de ter casos de Covid. Ali já tinha toda a normativa”, afirma o ministro. “Se as companhias de cruzeiro estão fazendo isso (a suspensão das atividades), naturalmente que estão observando o que está escrito na portaria e a segurança de quem contrata esses passeios.”
A retomada das operações dos navios de cruzeiro para a temporada de 2021/2022 foi prevista pela Portaria Interministerial CC-PR/MJSP/MS/MINFRA nº 658, de 5 de outubro de 2021, em cenário epidemiológico anterior à notificação mundial sobre a identificação da nova variante de preocupação, Ômicron, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24 de novembro.