Da Crusoé — A Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de sua mãe. A decisão se deu no âmbito da investigação que apura possível enriquecimento ilícito, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo.
Entre 2012 e 2018, o patrimônio declarado por Salles saltou de 1,4 milhão para 8,8 milhões de reais. O sigilo do ministro já havia sido levantado no mesmo caso e, como mostrou Crusoé, sua conta recebeu ao menos 7 milhões de reais em créditos entre 2013 e 2017. Parte deles, cerca de 330 mil reais, referente a depósitos em dinheiro — alguns de forma fracionada.
Parte desses créditos, provenientes do seu escritório e da conta de sua mãe, foi que levou o MP-SP a solicitar as novas quebras autorizadas agora. A suspeita dos promotores é sobre possível lavagem de dinheiro. Da conta do escritório foram 2,75 milhões de reais em 54 transferências feitas entre 2014 e 2017 para a conta pessoal de Salles.
O que mais desperta a atenção é que 250 mil reais foram transferidos entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro de 2014, quando ele ainda era secretário particular de Geraldo Alckmin no governo. A conta de sua mãe foi a origem de 728 mil reais que entraram na conta de Salles, por meio de 14 transferências entre 2015 e 2017. O ministro disse que não vai comentar a investigação.