O que há alguns dias era uma indicação, virou obrigação para os 47 milhões de espanhóis. Está proibida a circulação de pessoas em toda a Espanha, exceto para ir ao trabalho, comprar alimentos ou remédios, ir a hospitais, aos bancos ou cuidar de idosos e menores. A recomendação é que, quem pode fazê-lo, trabalhe à distância de suas casas.
Não será possível visitar um amigo ou tomar um café, por exemplo, e as pessoas não poderão sair acompanhadas. Só é permitido o passeio com cachorros de forma rápida. Supermercados ou lojas de alimentos, padarias, lavanderias, óticas e postos de gasolina são os únicos estabelecimentos que podem funcionar, mas obedecendo aos protocolos da distância higiênica.
Inicialmente, os cabeleireiros poderiam abrir para atender pessoas com necessidades especiais, mas finalmente o governo corrigiu o decreto e estabeleceu que só é permitido o serviço a domicílio.
Essas medidas entraram em vigor no sábado (14) e vão ter uma duração, em princípio, de 15 dias, embora possam ser prorrogadas por mais duas semanas, com a aprovação do Congresso.
Os espanhóis estão obedecendo o confinamento decretado pelo governo e praticamente todas as ruas do país estão vazias. Algumas exceções foram protagonizadas por madrilenhos que fugiram da cidade para se instalar em suas casas de praia ou por turistas, vindos principalmente do Reino Unido. Eles resistiam a aceitar o fim das férias e tiveram que ser expulsos das ruas.
Hospitais
Os hospitais públicos começam a ter problemas com os materiais sanitários e equipamentos necessários para atender os casos graves. Em previsão de um colapso do Sistema Público de Saúde, o governo espanhol interveio na saúde privada das comunidades autônomas para que os conselheiros de cada uma das regiões possam dispor das infraestruturas sanitárias privadas para enfrentar a epidemia.
Os hospitais militares também estarão às ordens do Ministério da Saúde e médicos militares da reserva, assim como leitos de hospitais de campo, serão disponibilizados para a crise. Por outro lado, o governo anunciou a contratação maciça de médicos residentes para melhorar o atendimento.
Já foram feitos mais de 30 mil testes no país. O ministro da saúde informou que todas as pessoas que precisarem poderão fazer o teste, mas reconheceu também que dada a evolução dos contágios, vai ser necessário aumentar o atendimento usando procedimentos mais ágeis.







