Por Ricardo Antunes — A Operação Brucia La Terra, deflagrada na manhã de hoje (01), pela Polícia Civil de Pernambuco trouxe novamente à tona o nome de Fabiana Rabin. Uma das esposas do empresário Sebastião Figueirôa, preso hoje, já foi investigada pela Polícia Federal, e apontada como funcionária fantasma da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
A investigação da PF, denominada “Operação Casa de Papel,” foi deflagrada em 2020 e teve como foco a AJS Comércio e Representações, empresa que acredita-se ser de propriedade de Sebastião Figueiroa. Segundo a Polícia Federal, Figueiroa é apontado como sócio de Beto Accioly, um ex-parlamentar que deixou a legislatura em fevereiro de 2019 para assumir um cargo na Prefeitura do Recife.
Os primeiros indícios de ligação de Fabiana Rabin com o grupo econômico remontam a 2018. Em sua declaração de despesas de campanha apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE/PE), consta a doação de R$ 72.174,00 da Unipauta Formulários Ltda. Após sua eleição para deputada estadual, tanto Fabiana Rabin quanto Fábio Ricardo de Oliveira Rabin, que são os sócios formais da Ajs Comércio E Representação Ltda., passaram a exercer funções comissionadas no gabinete de Beto Accioly, conforme apontado pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Fabiana Rabin também foi objeto de um furo do Blog que descobriu que ela passou a ser uma funcionária comissionada do deputado Wanderson Florêncio. O parlamentar pediu a exoneração de Fabiana Rabin, após a operação policial.

A PF investiga a Unipauta e a AJS, duas empresas supostamente ligadas a laranjas de Sebastião Figueiroa. Fabiana Rabin é mencionada como uma das esposas de Figueiroa e mãe de um filho do empresário.
De acordo com a decisão judicial, o grupo econômico de Sebastião Figueiroa teria firmado diversos contratos com a Assembleia Legislativa, obtendo milhões de reais, o que levanta fortes indícios de que o destinatário final desse montante teria sido o então deputado estadual.
Além disso, a Ajs Comércio e Representação Ltda. é a principal suspeita de falsidade ideológica e contratações superfaturadas em dispensas de licitação para o combate à Covid-19 em prefeituras de Recife, Cabo de Santo Agostinho, Olinda e Paulista. Isso levanta a possibilidade de um relacionamento escuso entre o ex-agente político e o grupo empresarial, pelo menos desde 2018, conforme detalhado pela Justiça Federal.