*Por Paulo Telles — Conheci as músicas do Roberto Carlos lá pelos 16-17 anos, na fase áurea dos embalos dos assustados, festas nas garagens, luz negra, estroboscópica.
Era um desbunde, primeiras paixões, o início das lágrimas que até hoje ainda me perseguem, sempre que finda um grande amor.
Roberto Carlos era uma brasa, mora. E eu era um grande fã, andava muitas vezes puxando de uma perna para imitá-lo efetivamente. Além das calças calhambeques, pulseiras e todos os seus discos daquela época.
Durante o período universitário, ele ficou completamente esquecido, alienado. Surgiram as músicas de protestos, novos ídolos ideológicos, um novo despertar da consciência, o momento brasileiro exigia mudanças.
A partir da idade madura, do Rei e da minha, principalmente da diversidade dos meus gostos musicais, o Rei reivindicou o seu trono e o seu espaço musical.
Suas músicas na fase fora da jovem guarda são belíssimas, o sentimento aflorando nos poros.

Há uns 7-8 anos levei minha filha para assistir ao show do Rei no Chevrolet Hall, fazia uma data que não assistia um show do Roberto Carlos.
Essa data me marcou, porque foi uma surpresa espetacular, na realidade um susto, uma emoção que nunca tinha sentido antes.
Quando o Rei entrou no palco cantando a música do prefácio, a plateia desabou de emoção, inclusive esse ser que vos escreve e sua filha, uma cena indescritível de alegria e lágrimas.
Roberto Carlos tem magia e luz, um carisma sobrenatural.
Não é à toa que quase todos os artistas o reverenciam, seu público é fiel há mais de 50 anos.
Hoje está fazendo 80 anos, dois dias antes da minha filha Patrícia e no dia do aniversário do meu pai (já falecido), não há como esquecer.
Vida longa ao Rei !!!
Ouça a homenagem de Erasmo Carlos a Roberto Carlos:
https://youtu.be/aof-Mdsnnys
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*Paulo Telles é geólogo, com especialização em Geotecnia. Nas horas vagas, arrisca-se a contemplar a vida , sem os pés no chão e com a cabeça no infinito.








