Do Globo — Os partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro planejam fazer um “superpedido” de impeachment contra o presidente. A ideia é reunir todos os parlamentares no Congresso que já protocolaram pedidos para afastamento de Bolsonaro, inclusive ex-apoiadores do governo como Alexandre Frota (PSDB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP), para unificar as propostas.
A decisão foi tomada no Fórum de Partidos de Oposição, realizado de forma virtual na manhã desta terça-feira. Participaram presidentes e porta-vozes de nove legendas: PSOL, PT, PCdoB, PDT, PSB, Rede, UP, PV, Cidadania.
Além do impeachment, o grupo quer completar a “tríade” de pautas da oposição ao governo com a cobrança pela aceleração na vacinação dos brasileiros e pelo aumento do auxílio de emergencial para R$ 600. Valores do benefício pago pelo governo federal em 2021 vão de R$ 150 a R$ 375, abaixo dos pagamentos entre R$ 300 e R$ 1.200 do ano passado.
Para manifestar essa agenda comum, os partidos planejam um ato nacional, ainda sem detalhes, que reúna a direita não bolsonarista. Presidentes desses partidos devem começar a ser convidados nos próximos dias.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que a unificação pelo impeachment servirá para colocar maior pressão sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).
— Vamos convocar uma grande plenária para chamar todos aqueles que pediram o impeachment do Bolsonaro. São mais de 100 pedidos. Além da luta pelos direitos do povo, temos a necessidade de colocar a luta política como uma questão prioritária — declarou Gleisi.
Para Juliano Medeiros, presidente do PSOL, o encontro representa uma “virada” na forma com que os partidos têm feito oposição ao governo federal.
— O início do ano foi muito difícil, com o agravamento da crise. A ausência de uma resposta mais articulada da oposição fez muita falta. Mas agora vamos retomar as articulações em torno do impeachment e procurar todos os setores, todas as lideranças políticas que se movimentaram ao longo do último ano nesse sentido — declarou Medeiros.