Por André Beltrão – A decisão do STF que absolveu por unanimidade o jornalista Ricardo Antunes reacendeu um áudio bombástico: o ex-assessor de Antonio Lavareda, Geraldo Cisneiros, já dizia que tudo não passou de armação.
No áudio, revelado pelo blog em 2023, Cisneiros afirma que tentou convencer Lavareda a parar a perseguição contra Antunes, mas não conseguiu. “Ele é muito raivoso”, disparou. Ex-diretor do Banco Gerador, Geraldo também relatou que levou um calote do marqueteiro e foi demitido sem explicações.
“Eu fui diretor do banco dele e trabalhei pra ele”, diz. O áudio, que teria sido enviado a um interlocutor chamado Marcelo, revela ainda que Geraldo insistiu para Lavareda parar com a ação desde o primeiro julgamento: “Por que tu não tira isso, rapaz?”

A fala escancara o caráter pessoal da perseguição que culminou na prisão de Antunes em 2012, hoje considerada uma injustiça pelo Supremo. O ministro Edson Fachin foi claro: não houve extorsão, nem ameaça, nem obtenção de vantagem. O MP usou apenas “meras e vagas ilações”.
Vale lembrar que o TJPE, em decisão de dois votos a um, foi responsável por manter uma condenação injusta com base em uma acusação genérica. Somente o desembargador Antônio Carlos Alves da Silva votou corretamente na época, afirmando que “não existe crime algum”. Agora, com a decisão unânime do STF, o erro do tribunal pernambucano fica ainda mais evidente.
Com o STF jogando luz na verdade, o caso agora ganha contornos de farsa desmascarada. E escancara um erro crasso do judiciário pernambucano que trouxe um prejuízo emocional e financeiro enorme ao jornalista, considerado um dos grandes nomes do jornalismo investigativo brasileiro.









