Do JC – A Justiça concedeu a liberdade provisória para André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, réu por corrupção no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica.
A decisão do juiz Thiago Fernandes Cintra, da Vara Única da Comarca de Itapissuma, foi publicada na quarta-feira (17). O ex-secretário executivo estava preso desde 8 de abril, quando foi deflagrada a segunda fase da Operação La Catedral.
Na decisão, o magistrado destacou que o ex-secretário executivo “não possui antecedentes criminais, não foi preso em flagrante, não mais exerce qualquer função pública no âmbito do sistema prisional, e não há nos autos elementos concretos que indiquem risco atual à instrução criminal ou possibilidade de reiteração delitiva”.
O juiz ainda citou que os outros réus – policiais penais e o ex-diretor do presídio Charles Belarmino de Queiroz (este em prisão domiciliar) – já estão em liberdade cumprindo medidas cautelares.
“Revela-se manifestamente desproporcional e incompatível com o princípio da isonomia a manutenção da custódia de André de Araújo Albuquerque como único réu ainda preso, quando todos os demais investigados e denunciados na mesma operação – inclusive com maior número de imputações – respondem ao processo em liberdade, submetidos a medidas cautelares diversas”, afirmou, na decisão.
VÍDEO MOSTROU EX-SECRETÁRIO GUARDANDO DINHEIRO EM SACOLA
A prisão de André, na segunda fase da operação La Catedral, foi resultado de um vídeo mostrando o ex-gestor recebendo maços de dinheiro e guardando numa sacola na sala da diretoria do Presídio de Igarassu.
As imagens, registradas em 6 de setembro de 2024, foram encontradas no celular de Charles Belarmino de Queiroz, ex-diretor do presídio, preso na primeira fase da operação, em 25 de fevereiro. Os investigadores acreditam que Charles, que também aparece no vídeo, fez a gravação para possível chantagem ao ex-secretário. As imagens passaram por perícia da Polícia Federal.
Segundo a investigação que deu origem à Operação La Catedral, os ex-gestores e outros policiais penais liberavam a entrada de drogas, bebidas alcoólicas, comidas e prostitutas, além de festas frequentes. Em troca, os servidores recebiam propina em dinheiro, joias e até alimentações via delivery.








