Da Redação – Deflagrada nesta quarta (2), a nova operação contra fraude milionária no programa de distribuição de leite para pessoas carentes teve como alvo principal um ex-servidor público do governo de Pernambuco. Segundo a Polícia Federal (PF), essa pessoa que atuou na Secretaria de Desenvolvimento Agrário, que não teve o nome divulgado, é suspeita de formar uma associação desviar verbas da iniciativa social.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão: três no Recife, um em Jaboatão, um em Paulista, um em São Benedito do Sul, um em Maraial, além de um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
A Operação Desnatura 2 é uma continuação da Desnatura 1, realizada em junho deste ano, e da Lácteos, de novembro de 2022.
A PF investiga uma organização criminosa envolvida em desvio de recursos públicos destinados ao “Programa Leite de Todos e PAA-Leite”, do governo de Pernambuco, custeados também com recursos do governo federal.
Na primeira etapa, em junho deste ano, seis pessoas foram presas. As capturas estavam associadas ao desvio de quase R$ 100 milhões. Os presos teriam tentado obstruir as investigações, segundo informações divulgadas na época. Foram eles:
- Domingos Sávio Neves
- Francisco Garcia Filho
- Geraldo Fernandes Lobo Nogueira
- José Elias Sarmento Filho
- Paolo Avallone
- Severino Pereira da Silva
A operação desta quarta foi realizada em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU). As investigações iniciais revelaram que empresários ligados a um grande laticínio sediado no interior do estado e a uma empresa do Recife, teriam desviado verbas programa de leite.
Esse dinheiro era para comprar leite cru, fornecido por pequenos produtores rurais inscritos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Nas fases anteriores da ação, a Justiça decretou o sequestro patrimonial de bens e valores dos investigados, totalizando R$ 95, 9 milhões. A ideia era “descapitalizar a organização criminosa e ressarcir os cofres públicos, além das prisões preventivas de seis deles”.
Nesta quarta, participaram da ação 50 policiais federais e quatro Auditores da CGU. Segundo a PF, o nome da operação faz menção ao leite integral pasteurizado que teria deixado de ser um produto natural (puro) para se tornar um composto de baixo valor nutricional e inadequado ao consumo.
Os envolvidos são investigados pelos seguintes crimes: estelionato, peculato, obstrução à Justiça, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crime contra a saúde pública. Eles podem pegar mais de 30 anos de prisão.