Por Luiz Roberto Marinho – Um dos mais requisitados e caros criminalistas do país, Ademar Rigueira foi contratado para a defesa do estudante Gabriel Graciliano Guerra Barreto, de 19 anos, que atropelou e matou o operário Alex Nunes Viana Bezerra, de 25 anos, embriagado ao volante de um Honda Fit cinza, na madrugada do sábado (29), no Segundo Jardim de Boa Viagem, na Zona Sul.
No mercado local, sabe-se que Ademar não sai do escritório por menos de R$ 1 milhão.
Com dez sócios, todos com alta especialização em Direito Penal, o escritório Rigueira, Amorim, Caribé & Leitão, luxuosamente instalado em Boa Viagem, na Zona Sul, e filial em Brasília, tem mais de 30 anos de atuação em ações penais, incluindo operações famosas da Polícia Federal, como a Lava Jato e a Zelotes.
No ano passado, Rigueira trabalhou em outra ação também famosa, a Operação Integration, sobre lavagem de dinheiro por empresas de apostas on line. Entre vários outros clientes, o criminalista advogou para o ex-secretário de Saúde da Prefeitura do Recife Jailson Correia, denunciado pelo Ministério Público Federal por compras irregulares de respiradores na epidemia de Covid.
Defende atualmente da condenação e da possível cassação do mandato no Tribunal Federal da 5ª Região, sediado no Recife, o prefeito de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, Lula Cabral (Solidariedade). No quarto mandato, Cabral é réu pelo desvio de R$ 92 milhões do Caboprev, o instituto de aposentadoria dos funcionários do município, pelo qual chegou a ser preso por quase três meses, em outubro de 2018.
Uma das primeiras providências do criminalista deve ser impetrar habeas corpus para soltar Gabriel Graciliano Guerra Barreto, preso desde sábado no Cotel, o centro de detenção provisória em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, por decisão da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal, que estava no plantão judiciário no sábado. Rigueira enfrentou Andréa Calado na Operação Integration, que acabou transferida para a Justiça Federal.
A juíza decretou a prisão preventiva do estudante, indiciado por crime culposo pela polícia, justificando haver a possibilidade de, em liberdade, voltar a dirigir alcoolizado e colocar em risco outras pessoas. Gabriel Graciliano atropelou o operário quando ele montava uma estrutura de palco. O impacto foi de tal forma violento que decepou uma perna da vítima.

“O modo de agir do autuado – velocidade excessiva, invasão de área isolada, condução sob influência de álcool, em trecho urbano de grande circulação, com resultado morte – revela perigo atual e concreto de reiteração, justificando a custódia cautelar para acautelar o meio social e resguardar a confiança da coletividade na efetividade da tutela penal, especialmente em contexto de elevação do número de mortes no trânsito por consumo de álcool, apesar das reiteradas campanhas estatais”, escreveu Andrea Calado da Cruz na audiência de custódia.
Gabriel Graciliano quase foi linchado por frequentadores de um bar próximo ao acidente. Recusou-se a fazer o teste do bafômetro, mas admitiu que bebera. Foi levado por policiais militares à UPA da Imbiribeira com escoriações leves e teve a prisão em flagrante decretada, posteriormente, na Delegacia de Boa Viagem . O Honda Fit que dirigia, placa PG22G27, abalroado num poste, pertence ao pai, José Romero Guerra Barreto de Queiroz, funcionário da Caixa Econômica Federal.








