Órgãos de investigação do estado do Rio de Janeiro fazem uma devassa financeira na Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma das mais importantes instituições privadas de ensino e pesquisa do país. No começo deste mês o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) citou a instituição em depoimento ao juiz Marcelo Bretas. De acordo com o emedebista, que admitiu o recebimento de propina, estudos da instituição eram usados para referendar tecnicamente obras que envolviam propina.
“Como a FGV é uma instituição, com muita justiça, de reputação, ela sempre foi usada como um biombo, de cobertura legal para efetivação de entendimentos prévios, digamos assim. Ela fugia da licitação e dava cobertura legal para estudos feitos por nós”, disse Cabral. Os relatos foram publicados no jornal Folha de S.Paulo.
O ex-governador não mencionou a participação direta de membros da FGV no esquema de propina, mas disse que os membros da fundação sabiam que os estudos milionários deveriam atender às decisões prévias do estado.
Em nota, a FGV afirmou que “não é aceitável que um depoimento possa servir de base para se desconstruir uma história que se confunde com a própria evolução do Brasil”. “A FGV, espontaneamente, logo após tal depoimento, se colocou à disposição do Ministério Público para todo e qualquer esclarecimento, o que, aliás, jamais se furtou a fazer em relação a qualquer procedimento”, diz a nota.
“Jamais a instituição participou de qualquer negociação envolvendo concessionárias, construtoras, contratos ou medições de obras e serviços, desconhecendo, por completo, as atividades neste campo”, afirmou a entidade.







