Do Metrópoles – O advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentou R$ 23.506.314 de fevereiro de 2023 a julho de 2025, mostram relatórios obtidos pela coluna. As transações suspeitas ocorreram tanto na conta bancária conjunta com a esposa quanto na do escritório de advocacia que leva o nome dele.
O herdeiro de André Fidelis, ligado aos descontos indevidos em aposentadorias e em pensões, revelados pelo Metrópoles – declarou renda mensal de R$ 13.333,33, o que levantou suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) diante de movimentações financeiras consideradas atípicas. O valor global das transações é a soma dos recursos enviados e dos recebidos.
Os documentos de inteligência do Coaf enviados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS chamam a atenção para o fato de que a maioria das transferências ocorreu via Pix. Empresas, como a Prospect Consultoria – que tem o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS (ao centro na foto principal), como sócio – também estão envolvidas.
A suspeita é de que os operadores da fraude bilionária pagassem propina a Eric Fidelis em nome do pai. Ele recebeu R$ 1.423.309 do próprio escritório, da Prospect e da Acca Consultoria.
a Eric Fidelis Sociedade Individual de Advocacia angariou R$ 6.677.069 e distribuiu R$ 5.364.504. A firma foi usada para movimentar dinheiro não só para a conta do advogado, mas também para o pai dele.
Esta não é a primeira vez que o Coaf investiga Eric Fidelis. O Metrópoles apontou em junho que o filho do ex-diretor do INSS movimentou R$ 10,4 milhões no auge da fraude bilionária. Ambos foram alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em abril para apurar o escândalo do INSS.
De acordo com a investigação da PF, o INSS demitiu André Fidelis em julho de 2024 após uma série de reportagens do Metrópoles trazer o esquema à tona. O ex-diretor era considerado o meio usado pelas entidades para firmar os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que autorizavam os descontos de mensalidade associativa diretamente na folha de pagamento dos aposentados.
O Coaf resumiu que a “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente” representavam sinais de alerta em relação a Eric Fidelis. Outro ponto é que o escritório dele, especializado em direito previdenciário, teve relações com associações e advogou em processos contra o INSS.









