*Por Terezinha Nunes do Blog Dellas — A Frente Popular de Pernambuco, que sofreu um duro golpe ontem com a decisão dos presidentes estaduais do PP e PSD de marcharem unidos em torno do deputado federal André de Paula, afastado do bloco após ter preterida sua candidatura ao senado, se prepara para enfrentar a mais dura eleição dos últimos 16 anos quando, sob o comando do então governador Eduardo Campos ou através de lideranças por ele escolhidas, reinou quase absoluta em verdadeiro céu de brigadeiro.
Com a segunda gestão de Paulo Câmara que se encerra no final deste ano, o PSB, comandante da frente, conclui também o ciclo eduardista e um tempo em que o líder maior comandava com mão de ferro mas também com extremo cuidado, partidos que aceitavam o que o chefe determinasse.
Sem mais a sombra de Eduardo, Paulo não conseguiu evitar uma sucessão de erros na condução do processo eleitoral deste ano, segundo deputados estaduais da base que ontem na Assembleia não conseguiam esconder a apreensão no semblante sobre o que pode estar por vir.
E não era pra menos: em 24 horas, além da defecção de dois partidos, a maior emergência do estado, o Hospital da Restauração, foi vítima de uma inundação provocada por um cano estourado no teto e foram parar nas redes sociais imagens chocantes de pessoas intubadas e completamente molhadas. O suficiente para que os deputados oposicionistas se revezassem na Tribuna criticando a situação da saúde e anunciando a coleta de assinaturas para abrir uma CPI de investigação da situação dos hospitais públicos.
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Terezinha Nunes é psicóloga, acadêmica clínica e editora do Blog Dellas