Por André Beltrão – As comemorações dos 487 anos do Recife em 2024 devem contar com a participação das Forças Armadas em diversos eventos, incluindo salto de paraquedistas, visitação pública ao navio Atlântico e apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Essa participação deve gerar debates e dividir opiniões, com prós e contras a serem considerados.
A presença das Forças Armadas nas comemorações foi anunciada pelo secretário de Turismo, Antônio Coelho. Curiosamente, ele é filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, ex-líder do governo Bolsonaro. Vamos analisar os diversos ângulos desse fato.
Prós
Distensão do relacionamento: A presença das Forças Armadas pode ser vista como um gesto de boa vontade e distensão do relacionamento com a população, especialmente após os eventos de 8 de janeiro. A maioria dos militares se comportou de forma legalista e manteve a neutralidade, e este tipo de evento pode fortalecer a confiança na instituição.

Patriotismo e civismo:
As demonstrações de patriotismo e civismo durante os eventos podem ser positivas para o país, especialmente em um momento de polarização política. A participação das Forças Armadas pode despertar o sentimento de orgulho nacional e fortalecer a identidade brasileira.
Integração com a sociedade: A presença das Forças Armadas em eventos públicos pode ser vista como uma oportunidade para aproximar a instituição da sociedade civil e mostrar o trabalho que é realizado. A visitação ao navio Atlântico, por exemplo, foi uma oportunidade para o público conhecer de perto uma das maiores embarcações da Marinha do Brasil.
Contras
Polarização e politização: Há o risco de que a participação das Forças Armadas em eventos públicos seja utilizada para fins políticos por grupos extremistas, principalmente aqueles ligados ao ex-presidente Bolsonaro. A militância bolsonarista pode se engajar de forma intensa nos eventos, tentando transformá-los em palanques políticos e promover agendas antidemocráticas.
Fortalecimento da imagem militar:
O destaque dado às Forças Armadas nos eventos pode fortalecer a imagem de uma instituição que já é bastante poderosa no Brasil. Isso pode ser visto como um retrocesso, especialmente em um momento em que se busca fortalecer a democracia e diminuir a influência militar na sociedade.
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Custos elevados:
A realização de eventos com as Forças Armadas pode ser dispendiosa, com gastos em logística, transporte, segurança e alimentação. Questiona-se se esses recursos não poderiam ser direcionados para outras áreas prioritárias, como saúde, educação ou combate à pobreza.
Deixe sua opinião e vamos ao bom debate.
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*André Beltrão é jornalista formado pela UFPE









