Por Ricardo Antunes — Ainda sem ter completado um mês de governo, Raquel Lyra (PSDB) inicia a semana em que precisa demonstrar energia e vigor. Isso é o mínimo que se espera, após as cenas lamentáveis de violência envolvendo torcidas organizadas neste sábado. Após 16 anos como oposição, o grupo hoje liderado pela tucana precisa fazer diferente do PSB, que também enfrentou essa situação por diversas vezes enquanto esteve no poder.
Chamar a responsabilidade é essencial. Eduardo Campos puxou a bandeira da segurança pública e conseguiu reduzir índices de violência e criminalidade, principalmente em sua segunda gestão. No entanto, o Programa Pacto Pela Vida foi deixado de lado pela inoperância do governo Paulo Câmara, o que ajudou a descambar para cenas como vimos nos últimos anos, e também neste sábado.
Portanto, Raquel tem que chamar o feito à ordem. Postagens em redes sociais por si só não resolverão o caso, e olhe que em 24 horas nada se viu nos perfis da tucana a respeito do assunto. Neste domingo, ela apenas desejou um dia “repleto de amor, paz e alegria”. Perdeu o mote e o gancho para encampar a luta contra episódios como o de sábado.
Aliás, o Governo precisa agir em outras frentes. Com três semanas, não se tem notícia de convocação de nenhum dos conselhos administrativos dos órgãos vinculados do Estado, como Copergás e Compesa, entre outros. A reforma administrativa já passou, e ninguém foi nomeado desde então. A proatividade precisa começar a ocorrer. E rápido.
NO COMANDO
Lula e seu ministro da Defesa, José Múcio, fizeram bem em “enquadrar” militares nos últimos dias, acredita o colunista Hélio Schwartsman. “Na democracia, exércitos precisam sujeitar-se às autoridades eleitas”, defendeu ele na Folha. O general Júlio César de Arruda, por exemplo, foi demitido por Múcio após se recusar a exonerar o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.

DESGASTE
Opositores de Lula que monitoram as redes sociais e grupos de discussões conservadores do país, estão preocupados com o “derretimento” do capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo à distância, o ex-presidente está no epicentro do quatro graves crises: gastos com cartão corporativo, a investigação de pagamentos suspeitos no Palácio do Planalto, ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro e a tragédia dos ianomâmis.
VERTIGEM
A velocidade com que se acentua o desgaste, antes mesmo de novos polos de oposição terem tido tempo de se consolidarem no Congresso e nos governos estaduais pode ajudar o presidente Lula (PT) a alinhavar uma base de apoio legislativa capaz, por exemplo, de aprovar pacotes e PECs vitais para seu governo. Com isso, o campo antipetista da política e da sociedade trabalha com nomes que podem ocupar um eventual vácuo de liderança.
NA MIRA
O “supergrampo” de Alexandre de Moraes está tirando o sono de juízes e procuradores. Há quem diga nada ter a temer em relação à referida investigação. Por outro lado, demonstram preocupação com mensagens e conversas alheias ao objeto central do inquérito. “O temor é que, mirando no que viu, Alexandre acabe se interessando pelo que ainda não tinha visto”, explica o jornalista Paulo Cappelli.

POLARIZAÇÃO
A divisão do país será o tema do seminário do Grupo Lide, nos dias 3 e 4 de fevereiro, em Lisboa. Participarão os empresários Luiza Trajano, Abílio Diniz e Luiz Trabuco e os ministros do Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, do STF, Humberto Martin, do STJ, e Bruno Dantas, do TCU. E mais a ministra Simone Tebet, o governador o Rio, Cláudio Castro, e os prefeitos Rafael Greca, de Curitiba, e Ricardo Nunes, de São Paulo.
CAIU NO SAMBA
No Rio desde sexta-feira com a missão de encontrar uma solução para o esvaziamento do Galeão, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, aproveitou o fim de domingo para conhecer um dos principais redutos do samba na cidade: o Bip Bip, em Copacabana.

MISSÃO
A ideia partiu da mulher do ministro, Lúcia França, aniversariante do dia, que convocou para a missão o anfitrião ideal: o amigo Marcelo Freixo, novo presidente da Embratur e figurinha fácil no Bip. Ele aproveitou e levou junto seu novo companheiro de partido, Aloizio Mercadante, que está assumindo o BNDES no governo Lula.
NO MURO
Em nova propaganda, o PSDB mostra ao eleitor que ainda pode ser um ator nacional Na peça, os governadores Eduardo Leite, Raquel Lyra e Eduardo Riedel colocam o partido como uma alternativa ao radicalismos da política brasileira.

DIÁLOGO
“A hora é de diálogo, para resolver os problemas mais urgentes das famílias brasileira”, afirma a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra.
PRÉVIAS
O Recife terá 14 prévias de carnaval gratuitas entre esta segunda (23) e o domingo (29). Na programação, estão acertos de marcha, concursos, encontro de caboclinhos e índios e ensaios de maracatus.
CARNAVAL
Até o início oficial da festa, em 17 de fevereiro, haverá 50 eventos na cidade. Os festejos acontecerão no Pátio de São Pedro, no Centro, e na Mangabeira, na Zona Norte.
FOTO DO DIA:
